Sectarismo e ódio

Não nos deixemos enganar pela notícia simplista que o demitido secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, caiu na tentação burra de apropriar um trecho(*) de um tenebroso discurso do sinistro ministro nazi da Propaganda, Joseph Goebbels, sobre a arte e cultura e nacionalismo, que internautas e jornalistas facilmente esquadrinharam numa biografia.



As concepções de arte, cultura, nação e poderes públicos expressas no polemico vídeo enformam todo um programa de sectarismo e ódio que está para além dele. "Almejamos uma nova arte nacional (...) na direcção de uma nova e pujante civilização brasileira", diz ele. Assente, claro está, nos valores que inspiram o governo Bolsonaro. 

"As virtudes da fé, da lealdade, do autossacrifício e da luta contra o mal serão alçados ao território sagrado das obras de arte", proclama ele, num barroco baficiento e perigoso, buscando moldar uma estética que sufoca e suprime o mínimo sopro de liberdade criativa.

(*) "A arte alemã/brasileira da próxima década será heroica e será nacional (...), ou então não será nada", sentenciou Goebbels/Alvim.

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