O nome como capital
Completando hoje 39 anos de profissão, estou a pensar no
belo presente que um dia, suponho que nos idos Maio de 2006, o Júlio Roldão, um
camarada que muito estimo, me ofereceu. Trata-se de uma foto captada algures,
suponho que num espaço museológico da ruralidade, representando as “rendas” dos
pobres, recortadas em jornais usados.
Dá-se o caso de nesse pedaço de JN ver-se, com alguma
facilidade, a minha assinatura num trabalho, o que justificou o gesto generoso – aliás frequente – do
Roldão. Mais do que mostrar-me que afinal os jornais são menos efémeros do que
pensamos e que a sua utilidade segunda não se resume a embrulhar sabão,
serve-me para ter sempre presente que o único capital que um jornalista possui
é o seu nome.
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