A resignação de Joseph Ratzinger e a resignação dos media com o "inevitável"

Antes de mais, ou duas notas prévias: 
1.ª - É um facto que a Igreja Católica, tanto enquanto confissão religiosa como enquanto Estado (do Vaticano) e expressão de Poder, representa uma realidade irrefutável e exerce influência aos mais diversos e até mais contraditórios níveis; 
2.ª - É um facto que a resignação do cardeal Joseph Ratzinger, com 85 anos de idade, ao mandato de Papa, é uma notícia de importância muito relevante, desde logo por reconhecer - com humildade e coragem, segundo tem sido destacado - a fragilidade humana e os limites humanos do exercício de funções que o próprio reconhece muito complexas e exigentes, mas também pelo facto de se tratar de uma figura controversa.
E agora a observação:
Navegando pelas edições em linha dos meios de informação (nacionais e alguns estrangeiros), fica-se com uma estranha sensação de que os media, perante a inesperada, mas pelos vistos prevista, resignação do Papa Bento XVI, se resignaram à inevitabilidade da agenda comum, com muitos deles a encher a maior parte da mancha da página inicial com o "drama" do momento e - dúvida editorial minha - a negligenciar pelo menos um pouco a actualidade que conta mais para a vida concreta dos cidadãos.
Se não tiver pelo menos um bocadinho de razão, desculpem qualquer palavra mais mal pensada e façam o favor de ignorar esta nota. Agradecido.
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