Memórias a propósito da morte de António Borges Coelho
Tenho a sorte de ter conhecido António Borges Coelho, que morreu ontem, aos 97 anos, através de três vias: a sua obra; os aspectos documentados da sua vida na prisão em Peniche; e as minhas conversas com o irmão José Luís. Guardo com particular emoção a memória das minhas visitas ao Forte de Peniche, sobretudo no que se refere à sua correspondência familiar ali exposta e ao extraordinário caso do seu casamento com a enfermeira Isaura Assunção da Silva (Borges Coelho) naquela prisão fascista. E guardo com especial carinho as conversas que, em diversas ocasiões mantive com o maestro José Luís Borges Coelho acerca da fascinante relação epistolar mantida, ou melhor, muito censurada pelo reitor do seminário, com o irmão António, entre outros momentos da sua vida. O José Luís, que tive a honra de substituir, no início de 2000, na Assembleia Municipal do Porto, quando o maestro, então eleito pela CDU, foi chamado à Administração da sociedade 2021, Porto Capital Europeia da Cultura, morreu em ...