María Corina Machado e os fascistas na Europa

A tele-participação de María Corina Machado no conclave neo-nazifascista europeu de ontem, em Madrid, surpreendeu apenas os mais distraídos. Apresentada pelos meios de comunicação hegemónicos, pelos governos europeus em permanente genuflexão perante o grande capital e pelo Parlamento Europeu que a entronizou como suposta “líder da oposição democrática” (ah! expressão tão querida da RTP!…), é apenas o que sempre foi: uma golpista da ultradireita venezuelana e do fascismo larvar da América Latina.

Oriunda de uma das famílias mais poderosas da indústria venezuelana e latino-americana do aço e da siderurgia, María Corina Machado não só nunca renegou as suas origens de classe, mas também nunca deixou de a defender com unhas-e-dentes, não hesitando em participar no golpismo contra o presidente Hugo Chávez (deposto durante 48 horas em 2002), nem em conspirar activamente contra a ordem democrática, sem nunca deixar de bater-se pela sua agenda ultra-reaccionária e revanchista.

No campo ideológico, a agenda de Corina Machado, comprovadamente financiada pelos Estados Unidos da América (o que justifica a suspensão dos seus direitos eleitorais), precede mesmo a do louco da motosserra que preside hoje à Argentina, com um extenso e profundo programa de privatizações, de ataque aos direitos dos trabalhadores e de esvaziamento do Estado social.

No seu imenso ódio contra tudo o que seja progresso social, integrou o governo golpista de 2002 que encerrou o parlamento venezuelano, anulou a Constituição, suspendeu o Supremo Tribunal de Justiça e as garantias legais dos cidadãos. Mas também não teve o menor rebuço em trair o seu país, em 2014, quando era deputada a Assembleia Nacional ao aceitar tornar-se embaixadora do Panamá na Organização dos Estados Americanos (OEA), nem se lhe conhece a menor dúvida nas vezes em que defendeu uma intervenção armada estrangeira contra a sua própria pátria.  

Com a devida vénia, a imagem é da CNN

Mensagens populares deste blogue

Incêndios: o pilar prevenção tem mesmo importância

Notícias da frente, que informação na retaguarda?

Riscos dos artifícios de ilusão da actualidade em televisão