A RTP e o acordo do Governo com a Função Pública: e que tal se a notícia fosse um pouco mais lavadinha?

Fixemos bem a data-hora desta notícia: 21:49, está no "rodapé" da imagem. Na verdade, a notícia é já da manhã deste dia. E, todavia, entre a manhã (vi a mesma peça no Jornal da Tarde) e a noite, a RTP não teve o cuidado (a decência?) de explicar aos telespectadores as razões pelas quais a Frente Comum dos sindicatos da Função Pública, "afecta à CGTP", não subscreveu o celebradíssimo acordo entre o Governo e duas organizações sindicais "afectas à UGT".

E impunha-se? Sim, claro que sim, sem dúvidas de que sim. É dos manuais do jornalismo, assim aprendi. Explica-se assim: se assinalo e/ou enfatizo um facto (no caso, uma "auto-exclusão" de um protagonista de um acontecimento), tenho mesmo de explicar as razões pelas quais isso acontece. 

Tecnicamente, a "coisa" era mesmo muito simples de fazer: bastava recolher um breve depoimento do coordenador da Frente Comum e colá-lo no encadeamento das declarações dos subscritores. Mas se a RTP não estava na disposição de dar-se ao incómodo de ir gravar uma declaração de Sebastião Santana, poderia pelo menos recuperar "algo" de um "take" da Lusa que a própria difundiu há dois dias. E, pronto, a notícia ficaria um pouco mais lavadinha...

PS: Não é por este e outros comportamentos jornalisticamente desgostantes que deixarei de defender a RTP e o Serviço Público. 

 

      

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