Não, não é bonito

Não tive ocasião de ouvir a entrevista que o presidente do Tribunal Constitucional concedeu à Antena 1 (Maria Flor Pedroso), na qual procura explicar o acórdão do TC sobre os cortes de subsídios aos trabalhadores da Administração Pública e do Sector Empresarial do Estado, sobre o qual escrevi sumariamente isto.
Pelo eco que tenho da mesma, fiquei porém com a convicção de que o juiz conselheiro Rui Moura Ramos partilha a ideia de que o Estado pode obter mais receitas tributando os lucros e as mais-valias, sustentando - e bem - que os rendimentos tributáveis não são - não podem ser - apenas os rendimentos do trabalho, deixando de fora os rendimentos do capital. Isso é bom.
Registo, por outro lado, o tom crispado, verdadeiramente zangado, do primeiro-ministro ao comentar a entrevista do ainda presidente do TC, não resistindo a dar remoques típicos de mau perdedor (classificativo há dias usado por outro membro do Governo, noutro contexto...), ao explicar a posição de Moura Ramos por "estar de saída". 
Não, não é bonito argumentar assim. E de um primeiro-ministro esperava outro registo, outro tom, outra elevação.
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