Agradeço muito que não me venham dizer que o roubo do 13.º sob a forma de sobretaxa que o ministro das Finanças veio "explicar" hoje "não é simpática, mas é equitativa" e "justa"!
No dia em que completo(aria) 43 anos de exercício da profissão de jornalista, estando embora legalmente impedido de exercê-la, por força das funções de deputado à Assembleia da República que ora desempenho, gostaria de dirigir aos meus camaradas de profissão, e em particular aos meus camaradas do Jornal de Notícias , algumas palavras breves. Não obstante muitas desilusões, continuo a acreditar que a profissão que escolhi continua a ser a mais bela e mais completa – sentido humanístico – que alguém poderia escolher. Tive as oportunidades de colocar os pés na diversidade de pisos e de “altitudes” que nenhuma outra profissão me proporcionaria – da mais profunda, irrespirável e arriscada frente de desmonte numa mina à mais requintada alcatifa algures numa estratosférica torre de hotel de não sei quantas estrelas. Em todos os cenários, aprendi que não há nada como ter realmente os pés assentes na realidade. Tive também inúmeras ocasiões de contactar, de conhecer e de procurar aprofund
Acabo de ver no “Jornal da Tarde” da RTP uma peça sobre a destruição da barragem de Kakhovka, afirmando que “uma investigação independente” da “organização de direitos humanos Global Rigths Compliance” reuniu provas, contra determinada parte, de "uso de explosivos convencionais" e considera o acto um "crime de guerra". Ora, como é fácil perceber numa rápida consulta ao respectivo sítio electrónico , a Global Rigths Compliance não é uma “organização de direitos humanos”, mas sim pelo menos uma ou duas realidades juridicamente bastante distintas da que nos é apresentada, mas sim, basicamente, um escritório de advogados especializados nestes assuntos. Aliás, pelo menos um despacho de ontem da agência Reuters deixa bem explícito que esse escritório está a assessorar a Procuradoria-Geral da Ucrânia na obtenção de provas e na preparação das iniciativas legais contra a Rússia, interesses (legítimos!) que, todavia, a cadeia norte-americana de televisão CNBC não
O avassalador interesse mediático (vá lá saber-se as razões genuinamente interessadas e as razões obscuramente interesseiras) pelo caso do beijo forçado à jogadora Jenni Hermoso voltou hoje a ser agitado pela divulgação de um vídeo que, voluntária e conscientemente, ou involuntária e inconscientemente, introduz uma narrativa lúdica normalizadora do comportamento do presidente suspenso da Federação Espanhola da Futebol. Percebe-se o alcance pretendido da coisa: no fundo, no fundo, aquilo é tudo uma galderice, Jenni Hermoso é mais cúmplice do que vítima e Luís Rubiales fez o que era suposto ser normal. Não, não é normal, por muito que repisem na divulgação das aparentemente divertidas imagens da viagem de autocarro, nas quais as jovens atletas parecem não só condescender mas também apoiar o sucedido. Poderia elaborar aqui sobre as múltiplas hipóteses sobre o que aconteceu (incluindo sobre o “êxtase”, o momento extraordinariamente efusivo do contexto, as fragilidades emocionais – e