"Entidades" e incêndios: quando as presenças são mesmo dispensáveis

No momento da captura desta imagem, o Presidente da República queixa-se, no "Jornal da Tarde" da RTP1, de sentir-se "violentado" por não poder deslocar-se a teatros de operações (TO) de incêndios ou mesmo a postos de comando operacional (PCO) de grandes ocorrências, conforme as determinações "da Protecção Civil", ao invés do que chegou a fazer "em 2016 e 2017", como recorda.

Em boa hora tomou a Protecção Civil essa decisão, tão fundamental quanto útil e imprescindível. 

A presença de "entidades" tanto no TO como no PCO não só representa elevadíssimos e absolutamente injustificados esforços em termos de segurança, com a alocação de recursos que fazem muitíssima falta noutros locais, mas também implica a mobilização de oficiais, técnicos e operacionais "às ordens" dos visitantes, aliás em elevadíssimo número, quando deviam estar concentrados precisamente nas exigentes tarefas de comando e controlo das operações.

Em momentos em que tanto se afligem e tanto esperam que as suas vidas, os seus bens e as produções sejam protegidos, não vejo que utilidade encontrem as populações e os produtores florestais e agrícolas nessas "presenças" que tanto estorvam. 

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