Se o governo da Ucrânia pudesse, também ilegalizaria o Partido Comunista Português

 

No seu critério editorial, mas contribuindo para atiçar o lume com que tantos procuram queimar o Partido Comunista Português (PCP), a RTP – Serviço Público de Televisão entendeu ir perguntar ao “principal conselheiro” do presidente de um país estrangeiro o que pensa de uma posição de um partido que faz parte (e é fundador) do sistema democrático português.

O dito senhor, Ihor Zhovka de seu nome, não se coibiu de cometer a indelicadeza diplomática de comentar assuntos de um país em cujo Parlamento o seu presidente iria fazer (mal, mas enfim…) uma intervenção como convidado. Nem de ousar considerar estranha a existência de um Partido Comunista em Portugal.

(Pelos vistos poucos repararam na intromissão, nem afronta ao Estado Democrático de Direito que somos e a ofensa grave aos direitos, liberdades e garantias e à memória de todos quantos lutaram contra o fascismo.)

No país de Volodymyr Zelensky e de Ihor Zhovka, já trataram disso em 2015, ilegalizando o Partido Comunista da Ucrânia. Recentemente, Zelensky suspendeu onze partidos, incluindo a maior força da oposição no Parlamento, sem que se tivesse levantado qualquer clamor internacional.

Será aliás curioso acompanhar como tratará a apressada Comissão Europeia, que foi a correr entregar a Zelensky os formulários da candidatura à União Europeia, a magna questão do “Estado de Direito” que a Ucrânia terá de comprovar que é.

Será muito importante verificar se a Ucrânia, apresentada como uma democracia em tantas bocas devotas do “herói mundial”, vai revogar todas as leis e decisões que proíbem organizações sindicais e de partidos comunistas.    

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