Buzova: Quando a verdade estraga "uma boa história"


Fixemos este nome: Buzova. Há-de vir a ser escrito ou dito uma vez, e outra, e outra, talvez centenas ou milhares de vezes, repetido por todo o mundo, como o nome de uma vala comum, numa pequena cidade nos arredores de Kiev, com vítimas civis da guerra na Ucrânia. Serão poucos a reter a informação essencial de que tal vala nunca existiu.

A “descoberta” da “vala comum”, no domingo, mereceu crédito jornalístico imediato, correu mundo e por também cá se difundiu e imprimiu, incluindo nos jornais de ontem, segunda-feira, embora nem todos lhe atribuíssem o destaque que o Correio da Manhã lhe deu.

Pelo menos no “Jornal da Tarde” da RTP, um despacho dos seus enviados, primeiro, e, depois, uma reportagem no local feita pelos mesmos repórteres, José Manuel Rosendo e Sérgio Ramos, e difundida horas mais tarde, vieram desmentir categoricamente a sua existência.

Mas o facto é que essa exemplar reportagem de verificação não teve qualquer efeito sobre os demais órgãos de informação e não fez soar qualquer campainha. É mais um exemplo de como a verdade estraga “uma boa história”…

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