Independentismo catalão reforça posições
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Os resultados com o escrutínio prestes a concluir. A infografia é do El País, com a devida vénia |
Os partidos independentistas catalães obtiveram hoje a maioria absoluta dos lugares no Parlamento da Catalunha, mas terão de entender-se para assegurar que o líder da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), Pere Aragonès, seja o novo presidente da Generalitat. A má notícia é que o Vox, de extrema-direita, irrompe com onze deputados, confirmando a rápida reconfiguração da direita.
Quando já está praticamente
concluído o escrutínio das eleições autonómicas, o Partido Socialista da
Catalunha (PSC), conduzido pelo ministro espanhol da Saúde, Salvador Illa, que contava
23,02% dos votos, está empatado com a ERC (21,31%) em número de deputados (33),
uma recuperação extraordinária dos 17 eleitos em 2017, mas sem qualquer
possibilidade de chefiar a região.
O Juntos Pela Catalunha (JxCat),
do ex-presidente Carles Puigdemont, perde dois dos 34 deputados que tinha no
mandato cessante, perdendo a posição de liderança das forças independentistas
para a ERC, que ganha mais um lugar, ao passo que a formação Candidatura de
Unidade Popular (CUP) reforça a sua representação, passando de 4 para nove
eleitos.
À direita, o Partido Popular (PP)
aprofunda a sua queda, reduzido agora a três deputados (quatro na legislatura
cessante) e o Cidadãos (Cs) dá mesmo um enorme trambolhão, perdendo
estrondosamente 30 dos 36 lugares. É evidente que o Vox capitalizou com a
deserção, mas muitos votos laranjas foram para os socialistas.
No conjunto, ERC, JxCat e CUP
somam 70 deputados, mais dois do que os 68 necessários para garantir a maioria
absoluta num Parlamento de 135 lugares, contrariando a ideia de que o
independentismo está em crise na Catalunha e recolocando na ordem do dia com
grande veemência a “resolução do conflito”, como já enfatizou Aragonès.