Diário Off (3)
Futuro. “Que vai acontecer ou existir no tempo que há-de vir”.
Cito do Dicionário da Língua Portuguesa
Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, obra de fiar. As crises,
especialmente as pandémicas, como esta, têm este duplo efeito – de retrospectiva,
convocando as pestes e epidemias do passado; e de prospectiva, cuidando de
apurar, cientificamente, bem entendido, o que virá lá longe.
A muito significativamente Comissão para o Futuro do Homem,
da Universidade Nacional da Austrália, acaba de publicar um novo
relatório avisando para dez riscos globais potencialmente catastróficos
para a espécie humana e pedindo um plano de acção para que a Humanidade possa
sobreviver-lhes e oferecer-nos um futuro menos sombrio.
Eis o elenco, a frio e sem comentários:
- Alterações climáticas
- Declínio ambiental e extinção de espécies
- Armas nucleares
- Escassez de recursos
- Insegurança alimentar
- Novas tecnologias perigosas
- Sobrepopulação
- Poluição química global
- Doenças pandémicas para as quais não há tratamento
- Negação, desinformação e incapacidade para agir preventivamente.
Não tive ocasião ainda para ler mais a fundo o relatório,
mas, se calhar, vai-se a ver e este decálogo de tragédias não escapará à
imperiosa urgência de combater as causas de fundo: os modos de produção
capitalista, a apropriação ilegítima e imperialista de recursos naturais, a distribuição
profundamente injusta da riqueza, a opressão...
E, sim, está tudo ligado.