Diário Off (3)


Futuro. “Que vai acontecer ou existir no tempo que há-de vir”. Cito do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, obra de fiar. As crises, especialmente as pandémicas, como esta, têm este duplo efeito – de retrospectiva, convocando as pestes e epidemias do passado; e de prospectiva, cuidando de apurar, cientificamente, bem entendido, o que virá lá longe.

A muito significativamente Comissão para o Futuro do Homem, da Universidade Nacional da Austrália, acaba de publicar um novo relatório avisando para dez riscos globais potencialmente catastróficos para a espécie humana e pedindo um plano de acção para que a Humanidade possa sobreviver-lhes e oferecer-nos um futuro menos sombrio.

Eis o elenco, a frio e sem comentários:
  1. Alterações climáticas
  2. Declínio ambiental e extinção de espécies
  3. Armas nucleares
  4. Escassez de recursos
  5. Insegurança alimentar
  6. Novas tecnologias perigosas
  7. Sobrepopulação
  8. Poluição química global
  9. Doenças pandémicas para as quais não há tratamento
  10. Negação, desinformação e incapacidade para agir preventivamente.


Não tive ocasião ainda para ler mais a fundo o relatório, mas, se calhar, vai-se a ver e este decálogo de tragédias não escapará à imperiosa urgência de combater as causas de fundo: os modos de produção capitalista, a apropriação ilegítima e imperialista de recursos naturais, a distribuição profundamente injusta da riqueza, a opressão...
E, sim, está tudo ligado.


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