Regulação Light da Comunicação Social

Na revisão da Constituição de 2004, o PSD e o PS assumiram a magna causa de banir da face da Terra a pusilânime Alta Autoridade para a Comunicação Social, batendo-se com afincada oratória e democrática galhardia pela criação de uma "entidade reguladora forte", verdadeiramente forte, actuante, pondo na ordem a comunicação social, portanto, forte de forte.
Assim nasceu (2005) a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), cujo primeiro Conselho Regulador está em vias de ser substituído, mais concretamente no próximo dia 9, segundo anuncia hoje o "Correio da Manhã", que anuncia também a mudança de estilo, embora um amigo meu que costuma andar bem informado me tivesse confidenciado já há semanas que o estilo seria, sim senhor, outro, tipo "light".
Ora, vem o CM corroborar a confidência do meu amigo, citando a autorizada conselheira Luísa Roseira, aliás jurista e ex-deputada eleita pelo PSD, segundo a qual a forte entidade reguladora há-de perseguir uma "ideia-base, digamos assim, (que) é policiar menos e promover a auto e a co-regulação dos meios".
Embora eu passasse que a ERC se regula por uns Estatutos aprovados por uma lei da República, que qualquer interessado legítimo há-de poder recorrer à ERC, e que a "última instância" há-de ser alguma coisa tipo tribunal superior, a senhora conselheira-designada, aliás jurista e ex-deputada, fiquei agora doutamente informado que a coisa pode ter umas, digamos assim, nuances.
Transcrevo literalmente do CM, à excepção do parêntesis:
"Carlos Magno (o cooptado que antes de o ser já o era) já tem as suas ideias, que irá transmitir, mas no fundo a intenção é que a ERC só actue em última instância", remata ainda a jurista."
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