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A mostrar mensagens de agosto, 2024

Riscos dos artifícios de ilusão da actualidade em televisão

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Quem tivesse visto pela primeira vez, no Jornal da Tarde de hoje, a reportagem dos enviados especiais a Israel em Jenin, na Cisjordânia, cuja carrinha foi alvo de disparos das tropas israelitas de ocupação, teria ficado com a convicção de que acabara de acontecer. A ideia é reforçada não só com a completa ausência de referências, da pivô e nas imagens transmitidas hoje, ao facto de o incidentejá ter sido relatado ontem , mas também pelo tom do “oráculo” (espécie de título em rodapé na emissão) inserido durante a transmissão do directo dos enviados da operadora pública de televisão. Os responsáveis da RTP sabem – e têm a estrita obrigação de saber! – que as imagens, incluindo as referências gráficas (oráculos incluídos), produzem nos espectadores efeitos decisivos ao nível da apreensão e da compreensão das mensagens. Como sabem que as noções de actualidade se prendem muitas vezes com a ideia de algo que, se não está a acontecer no momento em que é transmitido, acabou de acontece

Papa contraria silêncio e critica proibição de igreja ortodoxa na Ucrânia

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O Papa Francisco criticou ontem a proibição, pelas autoridades ucranianas, da presença de comunidades ortodoxas ligadas ao Patriarcado Ortodoxo de Moscovo, numa atitude que contraria o silêncio generalizado da chamada comunidade internacional em relação à violação da autonomia das confissões religiosas e das igrejas. “Nas igrejas não se toca”, afirmou , na habitual alocução dos domingos, após a recitação da oração do ângelus. “Deixemos que aqueles que querem rezar, rezem naquela que consideram ser a sua Igreja”, exortou. “Por favor, que nenhuma Igreja cristã seja abolida, direta ou indiretamente”, prosseguiu o chefe da igreja católica, numa referência expressa à proibição aprovada no dia 20 pelo parlamento ucraniano, do qual estão banidos partidos de oposição. O diploma, promulgado no dia seguinte pelo presidente Vlodomyir Zelensky, proíbe a presença no território de comunidades ligadas ao Patriarcado Ortodoxo de Moscovo, sob a acusação de apoiarem a “agressão armada” russa. A

Notícias da frente, que informação na retaguarda?

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  É forçoso voltar ao assunto da clara insuficiência (mesmo ausência?!) de informações verificadas e contrastadas pelos jornalistas acerca da realidade nos teatros de operações das guerras e dos riscos, comprovados, de instrumentalização dos meios de comunicação social dominantes e de evidente manipulação das massas. Comecemos por recordar o essencial: Desde que as agências noticiosas, os jornais, as rádios e as televisões (ah! ainda muito antes de sonharmos com as maravilhas da Internet!) difundem notícias da frente de batalha, as notícias da frente de batalha são, em geral, o que os contendores quiserem. Cada um deles distribui o respectivo boletim de baixas, perdas de equipamento, avanços e recuos de tropas, êxitos e fracassos, objectivos militares conquistados e perdidos, etc., que entender. Não há qualquer mecanismo de controlo e de verificação independente (sublinhe-se: independente) que permita contrariá-lo. Para dar (alguma, pelo menos alguma, algo que “cheire” a algo imp

Caramulo: O poder da Família Lacerda dava um filme

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A dominar uma das alamedas do Parque Jerónimo Lacerda, em plena vila do Caramulo, pontifica, solene, o busto do “ilustre médico” e “génio criador” que “forjou a ideia e realizou a obra desta estância sanatorial”. O busto do Dr. Jerónimo Lacerda (Coimbra, 1889 - Lisboa, 1945) é um símbolo do poder que a família Lacerda chegou a ter como poucas. Da “Estância Sanatorial do Caramulo”, pouco resta (tirando as vivendas e chalés) para além das ruínas de e uns tantos antigos edifícios de galerias abertas para os ares da serra, onde, entre os anos 1920 e 1970, os doentes com tuberculose desesperavam pela cura ou aguardavam a morte, em arruinada memória dos tempos áureos em que a vila fervilhava em duas dezenas de sanatórios com quase dois mil doentes e dezenas de médicos, para além do pessoal necessário ao que, diz-se, foi uma mas mais importantes e prestigiadas estâncias da Europa. No interessante Museu Terras de Besteiros – Museu Municipal de Tondela, pode ser visitada (há muito para ve

Guerras e jornalismo: e que tal se o público pudesse tirar as suas conclusões?

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Os dados publicitados diariamente pelo presidente, pelo ministro da Defesa e pelos comandantes ucranianos sobre localidades conquistadas, objectivos militares capturados, áreas sob controlo, baixas entre as tropas inimigas e destruição de meios de combate russos são tão válidos como os dados divulgados pelo ministro e pelos comandantes russos sobre os danos infligidos às forças ucranianas. Que se saiba, não há nenhum mecanismo independente de verificação, pelo menos em tempo útil, que permita validar as informações dos dois lados. Nesta situação, como em todas as outras em curso, ou pretéritas, ou futuras, no Mundo. Por isso, o exercício jornalístico mais honesto consiste em divulgar de forma equilibrada as informações de ambos os contendores, referenciando de forma clara as fontes das informações, sem nunca esquecer o período e o âmbito geográfico a que se reportam. No entanto, não é isso que encontramos nos meios de informação dominantes (agências noticiosas, jornais, rádios

Notícias da Venezuela: jornalismo, precisa-se

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De vez em quando, a agência espanhola Europa Press vai difundindo algumas notícias fora do padrão dominante, nomeadamente sobre a situação na Venezuela, seja porque não pode ignorar em absoluto o que se passa no “outro lado” do enfoque que os grandes meios disseminam, seja porque o que lhe resta de pudor jornalístico (deveria chamar-se ética…) lhe impõe esse mínimo de obrigaçãozinha. É o caso das notícias sobre o andamento do apuramento judicial , com peritagem imparcial, dos resultados das eleições do passado dia 28 de julho, tramitação que a generalidade dos grandes (e, por arrastamento, dos pequenos…) meios de informação simplesmente ignora – ou, pior!, omite – preferindo dar largas à narrativa da fraude anunciada pela oposição antes mesmo das eleições. É muito interessante observar como o sistema mediático que suporta a ingerência internacional nos assuntos venezuelanos subtrai aos leitores, aos espectadores, aos ouvintes e aos internautas um facto com a relevância judicial e

De repente, o Grupo de Cantares de Candal

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Há poucos dias, numa deambulação estival pelo país real, encontrei, em alegre e simpático desempenho, um grupo de cantadeiras de Candal, São Pedro do Sul, que animava a praça das Termas. Cantando a três vozes (“encher”, “descante” e “botar por cima”) temas do folclore da região e do reportório popular nacional, em harmonizações tocantes, de uma beleza de regalar, o Grupo de Cantares de Candal é um repositório precioso. Não sei se alguma vez este grupo, que umas vezes atua com a formação original e outras emparceira com um de Manhouce ou outro de Arouca, foi chamado às televisões e aos respectivos programas que impõem o gosto pelo menos duvidoso especialmente nos programas de fins-de-semana. Mas é um exemplo – seguramente um entre muitos – de quanto ganhariam os programadores do entretenimento televisivo e fariam ganhar os espectadores se pusessem os pés ao caminho e percorressem o país à procura sistemática destes recursos, de preferência com suporte em aconselhamento científico.

Festa da Unidade, uma iniciativa com quase 50 anos!

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Nesta noite, na magnífica Festa da Unidade, em S. Pedro da Cova, Gondomar, uma realização da Comissão de Freguesia do PCP há quase 50 anos. É obra, camaradas!  Na foto, o grupo Sons de Abril. Na primeira parte do serão, coube-me fazer uma intervenção política.