Não podemos esperar pelas eleições*

 


Uma forte e fraterna saudação para todos, neste nosso magnífico comício, que ocorre em circunstâncias inesperadas e num quadro que coloca exigentes desafios ao Partido, às suas organizações, aos seus militantes, mas também aos amigos e aos democratas que connosco se têm batido pelo projecto de transformação da sociedade e de melhoria das condições dos trabalhadores e do povo.

Porque a resolução dos graves problemas com que os trabalhadores e o povo estão confrontados não pode esperar pelas eleições de 10 de Março, o PCP apresentou 488 propostas de alteração ou aditamento à proposta de Orçamento do Estado para 2024, abrangendo as mais variadas áreas, salientando-se o aumento geral dos salários e das pensões, a valorização da educação e da escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, a universalização do  abono de família, os medicamentos gratuitos para os idosos, a limitação da actualização das rendas, as redes púbicas de creches e lares, etc., etc.

 

Perante a responsabilidade de discutir um Orçamento coerente com sua prática de ligação aos problemas das populações e das regiões, o PCP orgulha-se de apresentar propostas concretas para a sua resolução, incluindo as que, sendo de âmbito nacional, produzirão efeitos muito positivos também na nossa região.

É  o caso de uma nova redução do valor do passe social para 20 euros e a sua gratuitidade para todas as crianças e jovens até aos 23 anos e para as pessoas com mais de 65 anos, na senda da intervenção do PCP, decisiva para a diminuição dos encargos das famílias com transportes.

Aliás, em matéria de mobilidade e transportes, o PCP destaca-se pelas iniciativas legislativas e orçamentais para os problemas no distrito do Porto.

É o caso do desenvolvimento do projeto do Metro do Porto, com o início dos trabalhos já em 2024; da ligação entre o ISMAI e a Trofa; da linha do Campo Alegre; da ligação entre o Campo Alegre e as Devesas; da linha de S. Mamede de Infesta; da linha entre o Pólo da Asprela e a Maia e da linha de Gondomar.

É o caso também da reabertura da Linha de Leixões ao transporte de passageiros já em 2024, sem mais adiamentos e sem desculpas: a linha existe, está completamente electrificada e operacional; falta apenas ajustar estações e agir!

E é o caso, ainda, da reposição e reabertura da linha ferroviária do Tâmega, desactivada em 2009 por um Governo do PS e penalizando fortemente as populações do Marco de Canaveses e de Amarante, desde então sem comboio, sem alternativa e sem qualquer perspectiva quanto à sua reposição.

 

Camaradas e amigos,

Está muito em voga a expressão “não deixar ninguém para trás”. Mas, para o PCP, a questão é realmente de compromisso.

Por isso também colocamos a exigência da execução integral, que tarda já em mais de 20 anos, do IC35, de ligação entre a A4 e a A25, isto é, entre Penafiel e Sever do Vouga, do qual apenas está construída a nova ponte de Inzte Ribeiro, em Entre-os-Rios, estando em obra um insignificante e ridículo quilómetro e meio dos 70 quilómetros do projecto!

Fiel ao seu compromisso para com as populações, o PCP volta a propor esta intervenção, exigindo que se inicie já em 2024 – isto é, já e sem demora!

 

É ao serviço das populações e dos seus interesses que nos temos batido pela eliminação das portagens nas ex-SCTU, que nunca deveriam ter sido aprovadas.

Mas, enquanto PS e PSD tentam enganar os cidadãos com as promessas da redução progressiva dos preços, o PCP tem uma posição e uma proposta de sempre – clara, inequívoca, honesta: acabar com as portagens nomeadamente na A4, na A28, na A29, na A41 e na A42.

Em matéria de direitos, não há meias-tintas nem hesitações, nesta matéria como em muitas outras!

Por isso, voltamos a propor, no Orçamento do Estado, a urgência de começar a executar em 2024 o investimento global de quase 77 milhões de euros em reabilitação de vários pisos e alas no Hospital de São João, a par da aquisição sem demoras de equipamentos e meios de diagnóstico.

Assim como continuamos a apontar como prioritária e decisiva a construção do novo hospital de Vila do Conde/Póvoa de Varzim, que o Governo continua a contornar, agora com a promessa de que vai desenvolver e ampliar o Hospital de Póvoa e privilegiar o de Vila do Conde como unidade de ambulatório.

 

Camaradas e amigos,

Os desafios que temos pela frente colocam em evidência o problema das prioridades e das decisões que têm mesmo de ser tomadas, para não comprometermos nem a economia regional nem os interesses e até de soberania nacionais.

É nesse desígnio que situamos a recente e irresponsável decisão do Governo PS de entregar a EFACEC a um fundo de investimentos alemão, quando, como o PCP propõe, o Estado deveria ter assumido a opção pelo controlo público de uma empresa estratégica para o desenvolvimento económico e industrial, e mesmo para o desenvolvimento científico, técnico e tecnológico do país.

 

Camaradas e amigos,

No PCP, não tememos, antes reafirmamos, o compromisso do Partido e dos seus eleitos para com aqueles que connosco contam: os trabalhadores e o povo!

É mesmo a hora de mudar de política!

Com o PCP, é mesmo possível aspirar a uma vida melhor e a um país com futuro, desenvolvido e soberano! 

 

Viva a Juventude Comunista Portuguesa!

Viva o Partido Comunista Português!


* Intervenção no comício do PCP, realizado em Gondomar, com a intervenção final do secretário-geral do Partido, Paulo Raimundo

A foto, com a devida vénia, é tirada do sítio do PCP.

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