Da entrevista de Sócrates

O ex-primeiro-ministro e ex-secretário-geral do Partido Socialista deu ontem, à RTP, a entrevista inaugural do seu regresso à actualidade, digamos, política do país. Esteve igual a si mesmo e fez um ajuste de contas - com Passos Coelho, com Cavaco Silva e com o PS.
Há uma tese na qual tem razão: a de que se até se pode aceitar que o PSD e o Governo podem discordar das grandes ideias dos governos de Sócrates (energias renováveis, Novas Oportunidades, etc., etc.), mas não podem é deixar de ter apostas alternativas nem de ter apostas e ambições para o país (por estas palavras, ou por outras aparentadas, com mais ou mesmos aspas).
Na verdade, salta à vista que este Governo e esta Maioria não enunciam sequer, perante os portugueses, qualquer desígnio nacional, nem o mínimo desafio capaz de fazer mover um único músculo que seja à nação moribunda em que nos tornamos. E muito menos mobilizam energias, espevitam ânimos, para não falar de desafios e objectivos mais ousados.
O problema de Sócrates e do PS é que não são capazes de descolar da alternância da qual estão cativos há  37 anos nem dos ódios de estimação que cultivam há décadas.    
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