Sobre a banalização da intolerância

A cena passa-se em Lisboa, mas poderia ocorrer, como ocorre seguramente noutras cidades, apenas com a diferença de toponímia e de um ou outro detalhe de significado irrelevante.
Conta-se num fósforo: são cerca de 17h30 e o trânsito flui sem constrangimentos; de repente, um automobilista que sobe a Rua do Alecrim estaca e buzina furiosamente, atrás de um taxi inclinado no cruzamento em direcção ao Largo do Chiado, que parara para deixar passar um ou dois peões que tinham aberto o respectivo "semáforo" verde.
O caso, talvez banal, evidencia a crescente e muito preocupante banalização da intolerância e o alastramento desta patologia que torna os outros insuportáveis só por se atravessarem no nosso caminho, por nos causarem este ou aquele embaraço, por respirarem o nosso ar.
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