Capturas ideológicas do Dia de Camões

O Dia de Camões da I República (o dia 10 de Junho, convencionado como o da morte de Luís Vaz de Camões, em 1580, foi feriado nacional, pela primeira vez, em 1925) foi ideologicamente capturado pelo fascismo de Salazar em dois anos marcantes: em 1944, na inauguração do Estádio Nacional (precisamente no dia 10 de Junho), quando o ditador rebaptizou este dia como o "Dia da Raça"; e em 1963, também no 10 de Junho, quando inaugurou a "tradição" das paradas e desfiles militares públicos e condecorações aos combatentes portugueses na Guerra Colonial, cerimónias essas de exaltação da força do colonizador e do poder (ilegítimo) sobre os povos colonizados.

Lembrei-me deste problema histórico ao ver as cerimónias desta manhã em Castelo Branco, dando comigo a pensar que sentido faz a manutenção do pendor militarista das celebrações do "Dia" do nosso Épico (está bem, consta que Camões também foi soldado, e afinal é também o Dia de Portugal...), mas sobretudo quando ouvi o Presidente da República dizer isto:



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