Sobre o debate António Filipe vs. António José Seguro
Prestes a chegar ao termo a maratona televisiva de 28 debates dos três operadores em
sinal aberto, com a participação dos “principais” candidatos às eleições de 18
de janeiro de 2026 para o Presidente da República, aconteceu ontem o frente a
frente entre António Filipe[1] e António José Seguro.
António
Filipe confirmou-se não só como o excelente debatedor que já era, de inúmeras
outras prestações televisivas ao longo dos últimos anos, mas também como o
magnífico candidato que é na pugna presidencial que terá lugar dentro de menos
de um mês.
Além
da sinceridade à prova de bala, da simpatia contagiante, da cultura universal
profunda e sólida que dá respaldo à consistente cultura jurídica e política que
mostra, António Filipe é o único portador de um compromisso inequívoco para com
os trabalhadores, as crianças os jovens, os idosos, os direitos constitucionais
ao trabalho, à saúde, à habitação, à educação, à cultura, ao bem-estar e à paz.
É
também o único que assume a Constituição da República Portuguesa como o programa
que um Presidente da República deve seguir – cumprindo-a e fazendo-a cumprir,
em todos os domínios; por isso velando para que os mais frágeis não tenham os seus
direitos violados e espezinhados.
Não
há nada de mais nobre na função presidencial do que esse respeito indeclinável
e imprescritível pela Constituição. E António Filipe não transigirá nem um
milímetro na defesa activa do seu cumprimento em todos os domínios – dos direitos
da infância ao trabalho, da cultura às relações com os outros povos – por mais
armadilhas que lhe armem.
Ao
longo dos debates em que participou, não faltaram as armadilhas repetidas e
gastas, as perguntas e insinuações em reiterada provocação, ora de moderadores,
ora de adversários, por junto ou à vez, apresentada cada uma como se fosse a
primeira, com a ênfase do desespero de procurar comprometer, de colocar o
inquirido entre a espada e a parede, “entalar” esta espécie de inimigo público
do aparente consenso.
E,
assim, no debate de ontem também não faltou, já no derradeiro momento[2], como se não tivesse sido até
ali repetida até à náusea, ao agora candidato como aos dirigentes do PCP, a candente
questão do costume sobre a Ucrânia, à qual António José Seguro se agarrou
como um náufrago.
Por mais que António Filipe repita que, sim, condenou e condena a invasão da Ucrânia pela Rússia, por mais que explique que a guerra poderia ter sido evitada e pode ser interrompida, por mais que alerte para a atitude irresponsável da NATO e da União Europeia e dos seus directórios, que impõem o prolongamento do sacrifício de centenas de milhares de jovens nos campos de batalha, a morte de civis e a destruição, por mais que advirta para as obrigações constitucionais do Estado Português em matéria de cooperação e de paz, essa gente não lhe perdoa a lucidez nem as palavras justas.
[1]
Declaração de interesses: Além de camarada de partido, sou proponente da
candidatura de António Filipe.
[2] Ver
especialmente a partir dos 31:53 minutos do
vídeo do debate.
