75 anos dos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui - Pelo fim das armas nucleares

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) assinala os 75 anos dos bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui e reafirma a necessidade e urgência de pôr fim às armas nucleares, apelando à assinatura e ratificação do Tratado de Proibição das Armas Nucleares.

Na memória dos povos de todo o mundo permanecem os horrores da Segunda Guerra Mundial, incluindo o holocausto perpetrado pelos nazis alemães e os bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui – ocorridos a 6 e 9 de Agosto de 1945 - sobre um Japão na prática já derrotado e sobre cidades sem importância militar estratégica, tornando o crime ainda mais brutal.

A dimensão desse crime está também expressa no número de vítimas e na monstruosidade dos seus efeitos: mais de 100 mil mortos no momento das explosões e outros tantos até ao final de 1945, na sequência dos ferimentos; entre os sobreviventes e seus descendentes, disparou a incidência de malformações e doenças oncológicas, devido à radiação.

Na sequência do horror da II Guerra Mundial e dos bárbaros bombardeamentos atómicos, o fim das armas nucleares e o desarmamento geral, simultâneo e controlado é, desde há mais de sete décadas, um objetivo central da ação de todos quantos, em Portugal e no mundo, defendem a paz e a segurança internacionais.

Recordar Hiroxima e Nagasáqui é, acima de tudo, um grito de alerta para os riscos hoje existentes: pela dimensão e potência dos atuais arsenais nucleares, uma guerra nuclear não se limitaria a replicar as consequências de Hiroxima e Nagasáqui, antes as ampliaria a uma escala nunca vista.

Segundo a Federação dos Cientistas Americanos, existem no mundo cerca de 15 mil ogivas nucleares (1800 em estado de «alerta máximo»), das quais 14 mil estão na posse de EUA e Rússia. As restantes estão nas mãos do Reino Unido (215), França (300), China (270), Índia (110-120), Paquistão (120-130), Israel (80) e República Popular Democrática da Coreia (menos de 10).

Até ao momento, só os EUA utilizaram este tipo de armamento, mantendo atualmente armas nucleares espalhadas por todo o mundo, em bases militares e esquadras navais. Os EUA gastam mais nos seus arsenais do que os restantes oito países juntos e admitem a possibilidade de um ataque nuclear preventivo, mesmo contra países que não possuem armas nucleares.

Bastaria que fosse utilizada uma pequena parte das bombas nucleares existentes para que toda a vida na Terra ficasse seriamente ameaçada.

O CPPC reafirma a necessidade de uma mais forte ação em prol da paz e do desarmamento, o que se torna ainda mais importante num tempo tão incerto e perigoso, como aquele em que vivemos, nomeadamente quando os EUA promovem a corrida aos armamentos, incluindo nucleares, com o maior orçamento militar de sempre, com passos graves, como a sua retirada do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio e outras manifestações recentes da Administração dos EUA/Donald Trump, pondo em causa a renovação, em 2021, do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (New START).

O CPPC reafirma que Portugal deve assinar, ratificar e promover o Tratado de proibição de Armas Nucleares, aprovado há três anos no âmbito da ONU, contribuindo ativamente para um mundo livre de armas nucleares e para a paz, e apela a todos os amantes da Paz a que assinem a nova Petição com este objetivo.

Assina a petição em https://tinyurl.com/fimarmasnucleares

Direção Nacional do CPPC
Agosto de 2020

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