Notas de campanha (8)

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Campanha em Matosinhos. Foto CDU-Distrito do Porto 

1. Contacto com a população e distribuição de documentos em Custóias. Uma mulher recusa o documento sobre os candidatos do distrito. "Não sou daqui", desculpa-se. Mas é do distrito? Que não, é de Aveiro. Magnífico, pode ajudar a eleger o Miguel Viegas, um grande deputado. "Por mim, não vai para lá, nem ele nem nenhum; eu não voto". Mas olhe que alguém vota pela senhora. "Quero lá saber!". Adiante, um homem baixo e tímido ao nosso agradecimento a todos os que a aceitam o panfleto. "Obrigado?! Não tem de agradecer; nós é que agradecemos pelo que fazem!"

2. Estação de metro ISMAI. Distribuição do documento de valorização do passe único - conquista do PCP. Um estudante pede em duplicado. "Vou levar para a minha mãe".

3. Estação de metro da Senhora da Hora. O mesmo documento. Um par de namorados na fila para o andante. "Não queremos!", apressa-se ele, voz firme, determinada, a mão espalmada em riste, a barrar. Em silêncio, ela avança o mão delicada em direcção ao documento, tomando-o entre os dedos e recolhendo-o num gesto de emancipação súbita.

4. Contacto com trabalhadores à saída de fábrica em Matosinhos. Podemos entregar? "Se é para defender quem trabalha, claro que pode!"

5. O caso de Tancos mantém-se como naco mediático: as ideias e as propostas estão com a cotação em baixa. Na noite do próximo domingo, os comentadores do costume estarão a explicar a tragédia do afastamento dos eleitores...

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Jornalismo: 43 anos e depois

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No dia em que completo(aria) 43 anos de exercício da profissão de jornalista, estando embora legalmente impedido de exercê-la, por força das funções de deputado à Assembleia da República que ora desempenho, gostaria de dirigir aos meus camaradas de profissão, e em particular aos meus camaradas do Jornal de Notícias , algumas palavras breves. Não obstante muitas desilusões, continuo a acreditar que a profissão que escolhi continua a ser a mais bela e mais completa – sentido humanístico – que alguém poderia escolher. Tive as oportunidades de colocar os pés na diversidade de pisos e de “altitudes” que nenhuma outra profissão me proporcionaria – da mais profunda, irrespirável e arriscada frente de desmonte numa mina à mais requintada alcatifa algures numa estratosférica torre de hotel de não sei quantas estrelas. Em todos os cenários, aprendi que não há nada como ter realmente os pés assentes na realidade. Tive também inúmeras ocasiões de contactar, de conhecer e de procurar aprofund
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