Notas de campanha (4)

Diana Ferreira em declarações ao Porto Canal 

1. Contacto com jovens estudantes do ensino superior em várias instituições do Porto. Ainda há bolsas de rebeldia e de inconformismo.

2. Tribuna pública sobre ambiente junto da Faculdade de Ciências. Plateia interessada na urgência da desmercantilização da natureza e do direito a respirar ar puro, da defesa da água como bem público e, sobretudo, da necessidade de ir à raiz dos problemas ambientais: o sistema de produção capitalista.

3. Auditório quase cheio para a conversa “Avançar na Educação, no Ensino Superior e na Ciência”, com as deputadas Diana Ferreira e Ana Mesquita. Sessão muito participada, com docentes e estudantes com os problemas à flor da pele.

4. Uma professora solta o dique de precariedades e dramas de quem vive há anos sobre anos a ganhar nove meses de retribuição, uma doença crónica, pais idosos a seu cuidado, a carta do senhorio com a rotineira notificação para o aumento da renda mas que bem poderia ser um despejo (“entrei em pânico, mal a vi, antes de a abrir”), um futuro que se lhe colou à pele como incógnita perpétua. “Somos muito mais do que o nosso papel profissional”, remata, numa síntese da circunstância que sabe não ser apenas sua.

5. Uma aluna protesta contra a escassez de lugares de estacionamento – umas três dezenas, coisa pouca a repartir entre professores e estudantes – dentro da instituição. É grande a tentação de lançar entre dentes um impropério proporcional à impertinência – ora a betinha! – , mas a miúda desarma logo de seguida. “Eu não me importo, até venho muitas vezes de transporte público, mas há dias em que tenho de sair 15 minutos mais cedo da última aula e ir a correr para o emprego: entro às cinco e meia…”

6. Um tipo que leva praticamente quatro décadas no ofício de escutar pessoas e de decifrar casos bem poderia estar armado de carapaça mais dura para estes e outros episódios, mas cada dia oferece uma renovada oportunidade de reencontrar-se com a realidade.

7. A propósito: os eleitos (e candidatos) da CDU não se limitam a visitar os locais onde estão as pessoas (feiras, locais de trabalho, instituições, organizações, etc., Etc..) apenas nos períodos eleitorais. O contacto permanente ao longo do mandato, dos anos, dos meses, das semanas, faz parte das suas obrigações e tarefas.

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