A vez de José António Primo de Rivera

 


A revisão da Lei da Memória Histórica, com a reclassificação do Vale dos Caídos como cemitério civil e a determinação de que ninguém permanecerá em nenhum lugar de destaque na basílica, com a consequente exumação, agora, depois de Franco, dos restos mortais de José António Primo de Rivera, fundador da organização fascista Falange Espanhola, representa um novo e significativo avanço.

Como era de esperar, a discussão ressurge com toda a virulência, com a extrema-direita do Vox e do Partido Popular, a extrema extra-parlamentar e toda a horda franquista a empregarem todo o poder de fogo da artilharia retórica – já que outra, real, não podem usar – contra uma decisão do Governo que se impunha e uma ratificação em relação à qual os deputados não poderão hesitar.

Definitivamente, é tempo de re-significar o faraónico lugar de peregrinação para a exaltação do franquismo e do fascismo. Mas será necessário muito engenho para o transformar num espaço decente para uma memória que jamais poderá repetir-se.   

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