Bolívia: democracia e esperança recuperadas

"Recuperamos a democracia e a esperança." Onze meses depois do sangrento golpe de direita e de extrema-direita, que obrigou à renúncia do presidente da Bolívia, Evo Morales, o Movimento para o Socialismo (MAS) acaba de recuperar, pelo apoio popular nas urnas, a chefia do Estado e de renovar o controlo do Parlamento.

De acordo com as projecções com base em sondagens à boca da urna, nas eleições de ontem, Luis Arce e o MAS vencem à primeira volta, com 52,4% dos sufrágios, bem à frente do ex-presidente e candidato do Comunidade Cidadã, Carlos Mesa, de direita.

Os resultados oficiais, mesmo os preliminares, tardam em ser conhecidos, depois de terem sido prometidos ainda para a noite de ontem, mas a própria autoproclamada presidente interina, Jeanine Áñez, já reconheceu e felicitou os vencedores.

Luis Arce e o MAS têm pela frente uma tarefa muito árdua: além de resistir a uma nova provável ofensiva da direita derrotada e dos Estados Unidos, que vêem fugir-lhe os recursos naturais que cobiçavam e que os golpistas de novembro do ano passado queriam entregar-lhe, é urgente recuperar a economia e as condições sociais feitas em pedaços por onze meses de gestão Áñez.

Tendo celebrado a bem merecida recuperação da democracia e da esperança, Luis Arce sabe que não tem a vida fácil e que a direita - e sobretudo o ambicioso líder da extrema-direita, Fernando Camacho, e os grupos paramilitares armados - não lha facilitarão.

(A imagem é da TeleSUR, com a devida vénia)  
    

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