Política, redes sociais e patrulhamento jornalístico

No rescaldo da polémica em torno das bocas dos deputados Carlos Abreu Amorim (1) e José Lello (2), o "Diário de Notícias" (Francisco Mangas) publica hoje um interessante artigo, pondo três politólogos (António Costa Pinto, Adelino Maltez e André Freire), e ainda José Lello, a discorrer sobre as inconveniências das tiradas como as que aqueles escreveram instantaneamente no Twitter, dizendo (sem pensar?) o que lhes "ia na alma".
Não há dúvida de que mandar umas bocas nas redes sociais é uma nova modalidade de intervenção política, ou é pelo menos um exercício de liberdade de expressão. 
Talvez tenha alguma ponta de razão José Lello, ao estranhar a valorização que os jornalistas parecem dar-lhes, quando afirma: "Os jornalistas, como são incapazes de atacar os poderes instituídos, procuram a caixa (cacha) na não-notícia, exorcizam os políticos".
Mas, no essencial, faz-nos reflectir sobre as razões pelas quais os jornalistas patrulham tanto as contas de políticos e outras pessoas nas redes sociais, à cata do picante do dia...

(1) "Magrebinos: curvem-se perante a Glória do Grande Dragão!", 19/05/2013
(2) "Pai de Passos diz que 'filho está morto por se ver livre disto'. Os portugueses estão desesperados por se verem livres dele. Morto ou vivo.", 21/05/2013 
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