Pobreza: a brutalidade indesmentível dos números

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou hoje um destaque sobre o "Rendimento e Condições de Vida" que exibe um dramático e brutal cortejo de dados sobre a pobreza em Portugal, comprovando os efeitos devastadores das políticas económicas e sociais e desmentindo a propaganda do sucesso das medidas das tróicas. Por exemplo:

  • Em 2014, 27,5% da população residente em Portugal, isto é, uns 2,7 milhões de pessoas, estavam em risco de pobreza ou exclusão social, devido à privação material severa, representando um aumento de 3,3 pontos percentuais em relação a 2010.
  • Também no ano passado, 25,7% da população - mais de um quarto - viviam em privação material e 10,6% em situação de privação material severa, isto é, mesmo na pobreza.
  • Em 2013, o risco de pobreza atingia 40,5% da população desempregada, com tendência para aumentar (eram 36% em 2010) e para se perpetuar, tendo em conta o agravamento do desemprego de longa duração.
  • A desigualdade na distribuição dos rendimentos continua a aumentar: o rendimento monetário líquido equivalente dos 10% da população com maiores recursos era 11,1 vezes superior ao rendimento dos 10% com menores recursos (9,4 vezes em 2010). 
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