Um libelo contra a América

"Tinha 41 anos e um QI de 72 - o limite legal da deficiência mental é 70. Foi executada na Virgínia quando passavam poucos minutos das duas da manhã de ontem em Lisboa."
É assim que Sofia Lorena começa a notícia de hoje, no Público, sobre mais um caso (singular, decerto) de consumada condenação à pena capital na democracia, a americana, que "continua a matar os seus cidadãos em nome da 'justiça'" (citação da abolicionista francesa Sandrine Ageorges no comentário publicado ao lado da notícia).
Por dois pontos de quoficiente de inteligência e por não ter sabido negociar a sentença (sim, os seus dois cúmplices e os executores materiais do duplo homicídio do marido e do enteado confessaram a culpa em troca da garantia de que não seriam condenados à morte), Teresa Lewis perdeu a oportunidade de salvar a vida. E a América perdeu mais uma para ser justa e civilizada.
Ao deixar o edifício penitenciário onde Teresa foi executada, o seu advogado, James Rocap "defendeu que a sua morte ilustra 'um sistema incapaz de ser justo'", conclui a notícia, cujo título recupera esta afirmação. Como se fosse um libelo contra a América.
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