SCUT: injustiça e trapalhada

O Governo insistiu na sua teimosa decisão, com a cumplicidade do PSD e do CDS, de cobrar portagens nas auto-estradas sem custos para os utentes (SCUT).
Para tentar disfarçar a cambalhota em relação ao programa eleitoral do PS e ao programa de Governo, tenta iludir com duas derrogações: descontos até 2012 para quem resida a certa distância da auto-estrada; preço especial para quem resida em concelho cujo produto interno bruto (PIB) per capita seja inferior a 80% do PIB per capita médio nacional.
A primeira derrogação é uma tentativa manhosa para fazer esquecer que em grande parte dos lanços as SCUT não têm estradas nacionais alternativas.
A segunda é um arremedo muito trapalhão de uma pretensa justiça com a discriminação positiva, pois o PIB per capita concelhio não traduz necessariamente um real poder de compra dos seus residentes.
De facto, a existência de uma grande barragem hidroeléctrica ou de indústria altamente automatizada (com diminutos postos de trabalho), por exemplo, num concelho despovoado gera realmente um PIB importante, o qual "distribuído" pelos seus habitantes talvez os tornasse ricos. Mas, como sabemos, isso não é assim. Pois não?
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