Uma verdade aritmética, ou a hipocrisia parlamentar

A bancada parlamentar do CDS-Partido Popular não vai vai votar favoravelmente o projecto de lei do PSD para um referendo sobre a co-adopção e adopção por casais composto por pessoas do mesmo sexo, mas não o inviabilizará, ou seja, vai abster-se.
Lavando as mãos, a muleta parlamentar lá deixou o aviso de que o destino do projecto está "exclusivamente nas mãos do PSD" e que nem sequer há cabimento orçamental para a tamanha despesa que é um referendo.
Mas a opção não passa de um gesto hipócrita. A menos que um certo número de deputados laranja falte à votação, ou - mais corajoso - vote mesmo contra, na aritmética parlamentar o gesto popular é inútil. Com a abstenção do CDS-PP, o número de votos dos eleitos pelo PSD será superior à soma dos eleitos pelos restantes partidos.
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