"... e eu tenho tanta pena de morrer"

"Tu estavas, avó, sentada na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabias e por onde nunca viajarias, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e disseste, com a serenidade dos teus noventa anos e o fogo de uma adolescência nunca perdida: «O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer.» Assim mesmo. Eu estava lá. "

Lembrei-me desta passagem de "As Pequenas Memórias" (Caminho, 2006, págs 130-131) quando, ontem, algures em reportagem no país real, me chegou a notícia da morte de José Saramago.

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