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A mostrar mensagens de 2015

Rótulos

É certo e assumido que Edgar Silva é o candidato a Presidente da República apoiado pelo PCP e que Marisa Matias é apoiada pelo BE. Mas sempre gostaria de saber por que razões Marcelo Rebelo de Sousa não é apresentado como o candidato "recomendado" pelo PSD e pelo CDS-PP. E, muito especialmente, desejaria que pelo menos a RTP - Serviço Público de Televisão - fosse irrepreensível no rigor que se lhe exige e não repita a bem audível omissão/distinção/discriminação no Jornal da Tarde de hoje. .

Enigma

Por que razões a publicação de fotografias da consoada de "vários jogadores de futebol" nas redes sociais é notícia?  Hipóteses: A - Há um relevante interesse público (vá lá saber-se qual...) B - O povo das redacções é cusca e/ou deslumbrado C - Pronto, eu é que não percebo nada de critérios editoriais .  

Será melhor ficarmos por aqui?

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Parque de Quires, Vila Nova da Telha, Maia, Dezembro de 2015 .

Boas Festas

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Dizem que este esqueleto é, à noite, uma árvore de Natal. De qualquer modo, Boas Festas, se fazem favor! .

Sobre a ideologia do pragmatismo

Ao longo de 20 anos de exercício de poder político (dez no Governo, outros tantos como Presidente da República), Cavaco Silva não fez outra coisa senão erigir os interesses dos mercados e o pragmatismo de aço dos interesses capitalistas como centro de um programa ideológico inabalável e irredutível. Não há pior perversão em democracia do que negar o fundamento ideológico das opções, dos objectivos e dos programas e exibir o pragmatismo tecnocrático como fonte de virtude alternativa a tais fundamentos, porque a indiferença quanto a valores essenciais e a direitos fundamentais é, em si mesma, uma atitude profundamente ideológica. Posto isto, está bem de ver que são perfeitamente dispensáveis a lições de S.ª Exa. .

Da Lealdade, em memória de Oscar Mascarenhas

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Já está à venda O Grande Livro dos Pensamentos & das Citações , de Oscar Mascarenhas, numa edição da Marcador. Confesso: Não sou apreciador do género e sou dos que desconfiam dos que afectam erudição com excessos de citações, tantas vezes metidas a martelo na prosa, sem nexo nem contexto. E ocorre-me a memória do vulto de um certo redactor – ao tempo com alguma nomeada – permanentemente curvado sobre a gaveta da secretária onde guardava, em sorrateiro sigilo, um caderno de citações. Comprei, evidentemente, o livro do Oscar. Porque lhe conheço a profunda e cultivada cultura, o prazer imenso da leitura e o invejável talento na escrita. Porque, ao longo dos anos, testemunhei a delicada e certeira invocação de episódios e citações com que tecia a suas crónicas, as suas intervenções e as suas conversas.  E porque lhe tinha uma enorme estima e tenho dele uma saudade imensa. Antes mesmo de procurar outras entradas óbvias (a obra está organizada por entradas temáticas), como Ami

Eh, pá! Esta eu sabia...

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Rua da Escola Normal, Porto, Dezembro de 20015 .

As matanças nos EUA e a protecção constitucional da violência

Ao pensar nos 14 mortos da fuzilaria de ontem em São Bernardino e no facto - enfatizam as agências internacionais - de se registar de um ataque armado por dia, em média, não posso deixar de pensar nos que tanto gabam a modernidade e a democracia norte-americana e a agilidade e simplicidade da Constituição dos EUA, ao mesmo tempo que criticam a vetustez e a complexidade da Constituição portuguesa, aprovada em 1976. Ocorreu-me isto ou ouvir, hoje, pela enésima-não-sei-quantos vez o presidente dos EUA, Barack Obama, clamar a necessidade de mudar a lei das armas, tão sério é o problema da violência (e nos EUA há uma cultura da violência, como bem observava numa rádio um psicólogo forense, se não me engano). Numa expressão bem clara e tão inteligível para todos, Obama disse esta coisa tão simples (cito de memória): "Nós temos uma lista de pessoas que não podem entrar num avião, mas qualquer pessoa pode comprar armas nos EUA". Dá-se o caso de o governo e o Congresso norte-am

Diferenças de facto

À atenção dos repórteres parlamentares: A expressão "Passos Coelho fala mais logo ao Parlamento" está factualmente desactualizada e é regimentalmente inapropriada, pela singela razão de que o dito já não é primeiro-ministro. O que certamente querem noticiar é que o deputado Passos Coelho fará a sua intervenção parlamentar mais logo. Desculpem qualquer palavra mais mal dita. .

Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa

Por falar em apropriações semânticas: Continuo a não perceber por que razões há quem chame "plenários" a reuniões com trabalhadores convocadas, organizadas e dirigidas por patrões e/ou gestores e/ou directores. Alguma razão há-de haver, mas palpita-me que não gosto de nenhuma delas. Se tiverem paciência, adianto já uma objecção de princípio muito clara: Aprendi há décadas que um plenário é uma reunião de trabalhadores, entre trabalhadores e convocada, organizada e dirigida pelos seus representantes. E ainda esta explicação: Um plenário é uma reunião de carácter deliberativo ou pelo menos consultivo. E não me consta que as empresas vão cá em democracias... .

Virgínia Moura e Lobão Vital - correspondência de prisão

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Agenda. Acontecimento e obra a não perder. Primeiro, pelo conteúdo da obra e por dizer respeito a um casal de resistentes antifascistas tão admirável (Virgínia Moura e Lobão Vital); depois, pelo apresentador da obra, que também tem a sua experiência pessoal e familiar de correspondência de prisão. De facto, o maestro José Luís Borges Coelho é irmão do historiador António Borges Coelho, resistente e comunista preso longos anos no Forte de Peniche, em cujo núcleo museológico se pode admirar um conjunto comovente de cartas e postais entre outros escritos seus. Eis o texto do convite da mensagem/convite das co-editoras: CONVITE - apresentação de "TEM CUIDADO, MEU AMOR" Dia 8 Dezembro - 16h45m - Biblioteca Florbela Espanca - Matosinhos a presentação a cargo do Dr. José Luis Borge s Coelho  cartas de amor, lidas por outrem, pelo censor, antes de chegar ao destino: e mesmo assim cheias de fogo e candura, de coisas simples, como cuidar da vinha, e de pequenas

Três entrevistas para reter

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Neste fim-de-semana, publicaram-se três entrevistas muito relevantes. No sábado, do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, ao “Expresso”; e hoje, do candidato a Presidente da República Edgar Silva, ao “Jornal de Notícias”, e do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, ao “Público”. De comum, além da circunstância de os três entrevistados serem militantes e dirigentes do Partido Comunista Português, ou seguramente por isso, o esforço que os três jornais empenharam em escrutinar o chamado acordo da Esquerda, e em particular o alcance e a durabilidade da posição comum entre o PCP e o PS; assim como o teste à identidade e autonomia do PCP e… da CGTP. Da primeira, ressalta, mais uma vez, (i) que ficou claro que o PCP não abdicou do seu ideal, do seu projecto e do seu programa; (ii) que o compromisso assumido resulta do empenho do PCP em alternativas de esquerda, com ou sem responsabilidades governativas, e de uma negociação sem reservas mentais, naturalmente não isenta de dú

XXI Governo: sobre o discurso de António Costa

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António Costa no discurso de posse (Foto: Presidência da República) António Costa fez um bom discurso de tomada de posse. Descontada esta ou aquela discordância que possamos ter, teve densidade política e disse o que tinha de ser dito. Do que disse de significativo, destaca-se desde logo que o Governo empossado emana do Parlamento, reconhecendo a soberania ao voto popular e respeitando o “sentido claro da votação”. Mais: “O Governo provém da Assembleia da República - e é perante a Assembleia que responde politicamente”. Do que disse, sublinha-se a ruptura com a tradição da alternância sem alternativa: “A democracia portuguesa ficou demasiado tempo refém de exclusões de facto, que limitavam o leque de soluções políticas possíveis e defraudavam o sentido do voto de boa parte dos nossos concidadãos”. Como “este Governo nasceu da recusa da ideia de que não haveria alternativa à política que vem sendo prosseguida”, do que se espera agora é que “assuma como sua linha de orientaçã

XXI Governo: sobre o discurso de Cavaco Silva

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Cavaco Silva no discurso de posse do XXI Governo Constitucional (foto: Presidência da República) Cavaco Silva só não dissolveu a Assembleia da República para tentar outros resultados do voto popular porque o Presidente da República já não pode fazê-lo. Cavaco Silva não se conforma com o facto de, do voto popular e do entendimento entre quatro partidos ter resultado uma correlação de forças nova, mas o Presidente da República teve de conformar-se com a evidência constitucional da legitimidade da nomeação que se impunha. Cavaco Silva ouviu personalidades e instituições, recolheu informações relevantes e as consignas para um comando sobre o conteúdo da acção governativa que o Presidente da República não tem. Cavaco Silva não gosta das “posições conjuntas” – como fez questão de grafar entre aspas – entre o PS e o BE, o PCP e o PEV, mantendo as dúvidas mais raras que se lhe conhecem, mas tem a certeza de que o Presidente da República deve conferir “às forças envolvidas a responsa

O 25 de Novembro a Norte

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Ocorreu-me um dia que, se tivesse de mudar de ofício, me seria muito agradável e gratificante tornar-me guardador de estátuas. Pensava, então, nas estátuas e bustos que conferem dimensão tangível à memória do mérito cultural, da generosidade cívica, da abnegação fraterna e do sacrifício sem limites, até da própria vida. Sem grande esforço, poderia sugerir uma representativa galeria de obras que nos transportam muito para além do recorte físico e da textura dos materiais e nos conduzem ao significado das vidas e das personalidades perpetuado no espaço público. Bem entendido, só poderia ser um guardador de estátuas virtuosas, e não das que atravessaram a noite de outros tempos, ou das que, pela calada da indiferença e da nossa desatenção, foram sendo plantadas de mansinho em praças e jardins, num cínico ajuste de contas, com beneplácito autárquico e condescendente branqueamento. E muito menos das que, representando personagens de sinistra memória, em teimosia revanchista

Paris, 13.11.2015. E depois

Comandos do auto-proclamado Estado Islâmico (EI), segundo reivindicou este algumas horas depois, efectuaram ontem à noite seis ataques - ou sete, não há certezas - em Paris, através de fuzilarias indiscriminadas e bombas. Balanço oficial a esta hora: pelo menos 129 mortos e 353 feridos, quase meia centena dos quais em estado grave. Oito autores morreram, na maioria fazendo-se explodir. A condenação é, evidentemente, generalizada - do secretário-geral da Organização das Nações Unidas às organizações políticas portuguesas, do presidente Obama aos candidatos presidenciais portugueses - e a consternação geral parece genuína. A avaliação das causas, do contexto e das contradições é que divergem. E elas estão no cerne das questões centrais, que são: (i) como combatê-las e (ii) como conter este crescendo de violência. Os comentadores presumivelmente especialistas nestes assuntos mostraram a sua perplexidade por tal acontecer numa cidade em elevado estado de alerta e enunciam dúvidas

"Dívida pública, Tratado Orçamental e Euro - Inevitabilidade ou constrangimento?"

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Num momento em que, diariamente, se discute a Dívida Pública, o Tratado Orçamental e o Euro impõe-se fazer uma discussão sobre estes temas: o que são, o que significam para o país e para os(as) portugueses(as), serão inevitabilidades ou constragimentos ? É com este mote que a Comissão Promotora do Apelo «Em defesa de um Portugal soberano e desenvolvido» realiza esta Conferência e convida o Professor João Ferreira do Amaral, Carlos Carvalhas e o Professor João Rodrigues como oradores. A Conferência funcionará por painéis: 1º Painel - «Dívida Pública - inevitabilidade ou constragimento?», com o Professor João Rodrigues. 2º Painel - «Tratado Orçamental - inevitabilidade ou constragimento?», com o Dr. Carlos Carvalhas (economista). 3º Painel - «Euro - inevitabilidade ou constragimento?», com o Professor João Ferreira do Amaral A participação nesta Conferência não necessita de inscrição prévia, a entrada é livre e terá início às 15 horas, do dia 21 de Novembro (sábado), no anfiteatro (bl

Um dia histórico

Ao contrário de simplificações abundantes nos media , dando conta da brevidade do XX Governo Constitucional e de que virá a ter iniciativa de Governo um partido que não ganhou as eleições legislativas, este dia é histórico porque afirma que, contra todas as convenções e conveniências, a soberania popular reside na Assembleia da República e que o Governo resulta da correlação de forças parlamentares. Este dia é também histórico porque o Parlamento encetou os primeiros passos rumo à concretização de uma aspiração legítima da maioria dos eleitores que rejeita o governo e as políticas de Direita e deu sinais claros, inequívocos e indeclináveis de que pretende uma alternativa de Esquerda. Nas suas múltiplas formas, frentes e meios de expressão, a Direita brande ameaças e perigos, convocando em seu auxílio todos os esqueletos ideológicos que guardara zelosamente nos seus armários e atiçando os seus mastins - em oratória parlamentar raivosa, em histeria "popular" nas ruas e

Talvez fosse bom esperar um pouco mais

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Diz-se que estão a chegar ao fim as negociações para o acordo que torne possível um rumo alternativo ao percurso de desastre económico e social. Os democratas só podem desejar que seja o mais frutuoso. E nem todos fazem questão quanto à forma que há-de revestir. A substância política e a criação de condições que tornem consequentes os anúncios de vontade e confiram eficácia à nova correlação de forças, valorizando as oportunidades de convergência e a necessidade de unidade nos momentos e nas iniciativas em que esta seja necessária é que são importantes. A direita oficial e a direita do PS, assim como os respectivos megafones no aparelho de comunicação social, andam muito nervosos e insistem em soltar toda a vasta corte de demónios que guardam nos armários. Lá vêm, uma e outra vez, as agências de notação financeira, as “instituições internacionais”, os editorialistas e os analistas brandir receios. E uma centena de patrões subscreveu um manifesto contra os riscos da instabilid

Sobre o jornalismo, a memória e o resto

Tomo a liberdade de transcrever um belo texto de César Príncipe, no almoço de confraternização do III Encontro Gerações do "Jornal de Notícias": SOBRE O RUÍDO DE FUNDO             Entrei nas páginas dos diários em 1960 (Diário de Lisboa/Suplemento Juvenil). Um latino socorrer-se-ia da vulgata In illo tempore . Um português do vulgo coçaria a cabeça: Foda-se! Há que tempos! Um coronel do Antigo Regime interpelaria uma ordenança do Novo Regime: O gajo resistiu ao lápis? Ainda escreve? Não o tenho visto. Nem sequer na Necrologia. Vos digo: não fujo ao In illo na construção do presente. Arreigadamente. Serenamente. Com eterna nostalgia e fraterna rebelião. Numa fortaleza fixa (de papel), extensão da fortaleza móvel (cibernáutica). Sou um combatente todo-o-terreno. À superfície da Terra. Sê-lo-ei debaixo da terra. Há que tempos! Entrei nas páginas dos jornais quando as máquinas de escrever falavam. Na altura, além dos animais, também os jornalistas falavam. Além

"Avante!" sobe audiências

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Ao cabo destas semanas de notícias, análises, comentários e opiniões sobre a dramática ruptura com os usos, costumes e tradições na política e do sacrossanto arco da governação, descubro que a campanha da CDU tinha, afinal, um quarto e oculto objectivo: aumentar o número de leitores do "Avante!" entre jornalistas, editorialistas, comentadores e dirigentes de outros partidos. .

Linhas e máscaras

S. Ex.ª fez saber, em Roma, que não está arrependido, "nem de uma única linha", do que disse na comunicação de indigitação de Passos Coelho para primeiro-ministro . Não satisfeito, ameaçou-nos com a inte . rvenção que fará na posse do novo governo, sexta-feira próxima.  Pelo tom e pelo esgar grotescamente enfático das declarações aos jornalistas, adivinha-se que Cavaco Silva recheie a oratória com avisos mais sectários e tiques de maior soberba, nesse afã - hoje reiterado - de renovar a investidura à tragédia que é, como foi, o Portugal para Trás. Esperemos para ver a máscara que coloca quando tiver de comunicar-nos o que decide com o chumbo do programa de governo já mais que certo.

Coligações atípicas

Alguém fará a caridade de informar-me se a coligação Intercampus/TVI também será ouvida pelo Presidente da República?  Agradecido. .

Actualidade política e poder dos Media

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Volvidas duas semanas sobre as eleições para a Assembleia da República, continua incansável a azáfama mediática em torno da questão do suporte parlamentar e da composição do novo governo. Neste período, consolidou-se o indisfarçável o incómodo com a possibilidade de um acordo de incidência parlamentar à Esquerda, ou simplesmente a criação de condições políticas para que António Costa possa formar governo, e intensificou-se uma despudorada campanha especialmente contra o inimigo do costume. “Artigos”, entrevistas, opiniões, editoriais e peças aparentadas têm ido às mais recônditas profundezas da memória e dos arquivos, a procurar recuperar episódios, afirmações e incidentes que justifiquem o anátema lançado especialmente sobre o Partido Comunista Português. Bem vistas as coisas, o manancial verdadeiramente torrencial de peças jornalísticas – nos jornais como nas televisões e nas rádios – destas duas semanas seria mais do que suficiente para alimentar programas doutorais em Ci