Ai, Espanha!

O presidente do Governo espanhol anunciou o que devia ter tido a coragem de recusar: a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições. Fê-lo por um calculismo que pode ser fatal. No dia 28 de Abril, veremos, mas tudo indica que o ascenso da extrema-direita e e reabilitação da tralha franquista ganharam hoje um grande e perigoso alento.



Se Pedro Sánchez supõe que vai clarificar as águas, inclusivamente em relação aos independentistas, o certo é que é bem mais provável que continue a jogar numa ambiguidade que não o fez ganhar a aposta "constitucionalista". E isso torna-o incapaz de bater-se com clareza e firmeza um programa, em matéria de governo com as autonomias, que só pode ser progressista se não quiser ceder em toda a linha ao programa neofranquista (pelo menos...) da Direita.

Quanto a essa, o jovem líder do Partido Popular ainda hoje deixou muito cristalinas as opções sobre a mesa: "ou continuar a dialogar com Torra (o presidente da Generalitat da Catalunha), ou aplicar o artigo 155.º" (suspender a autonomia catalã). A primeira identifica-se com a atitude democrática; a segunda - a preferida de Casado - é uma marca (e uma obsessão!) da Direita.
  

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