O passo que falta a López Obrador

Andrés Manuel López Obrador (foto obtida no sítio oficial do Governo do México)


À medida que se aproxima a posse de Nicolás Maduro, como Presidente reeleito da Venezuela, a oposição mais exaltada, em concertação evidente com as acções da direita internacional ingerencista, regressa à narrativa da ilegitimidade da consulta popular de 20 de Maio de 2018, ostensivamente boicotada - com falta de comparência e apelos à abstenção.


Entre outras medidas anunciadas (resta saber que surpresas nos esperam até quinta-feira...), insistem no "não reconhecimento" de Maduro e do seu Governo e exigem a transferência dos poderes executivos para a Assembleia Nacional, que aliás está em desacato desde o início, ao mesmo tempo que continuam a teimar no não reconhecimento das eleições regionais e locais entretanto realizadas.

Num sinal de distanciamento em relação às orientações dos Estados Unidos, e executadas pelo chamado Grupo de Lima, o novo Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, escusou a assinatura na declaração final da reunião de quinta-feira dessa organização anti-venezuelana, na qual os ministros dos Negócios Estrangeiros "instam" Maduro a não tomar posse e a ameaçam com novas medidas contra a República Bolivariana.

Agora, López Obrador deu outro sinal, afirmando que o México não se imiscui nos assuntos internos da Venezuela, nem nos de qualquer outro país, do mesmo modo que não aceita que qualquer outro país se imiscua nas questões internas do México. Só falta distanciar-se de facto da conspiração internacional, desvinculando-se do Grupo de Lima e condenando a sua existência. Mas talvez seja pedir demasiado.

         

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