Não são fake news, é fascismo

O capitão na reserva nostálgico da ditadura militar brasileira (1964-1985), da qual foi fiel serventuário, Jair Bolsonaro, e a sua pandilha de generais e outros oficiantes mais ou menos directos do fascismo renascente, puseram de fora as garras da desforra, ao cabo de 30 anos de democracia, e confirmam o propósito sinistro de fazer regredir o Brasil aos tempos das perseguições, do terror e das trevas.


Fazem-no às escâncaras, protegidos pela impunidade e com a desfaçatez bruta dos usurpadores. De uma penada, despediram, ou vão despedir centenas ou milhares de quadros do aparelho do Estado, mais ou menos suspeitos de serem "socialistas" e "comunistas", para se desfazerem das "amarras ideológicas", como se não fosse profunda e violentamente ideológica esta ofensiva.

De passagem, o presidente do desgraçado Brasil determina a "supervisão e monitorização" das organizações internacionais e das organizações não governamentais (ONG) a operar no Brasil e ataca com determinação os direitos dos povos indígenas, preparando a usurpação das suas terras férteis para as sacrificar no altar da gula dos grandes latifundiários, do negócio das madeiras que devastam as imensas florestas e das companhias mineiras que cobiçam as entranhas dos seus territórios.

Neste interim, o Estado português já vai branqueando a agenda sinistra de Bolsonaro, tratando-o como "um irmão" e preparando uma cimeira como se tudo quanto se sabe por demonstrado fosse uma efabulação de mentecaptos. Não tarda o Governo a incensar a aventura tenebrosa e irresponsável do Trump, Bolsonaro & Associados contra a Venezuela.

Depois não digam que não foram avisados.

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