Memória de papel


Pensando nesta "molhada" de recortes de jornais em processo de seriação, e especialmente na campanha de auto-promocional do semanário "Expresso" levada a cabo em Março, estou a matutar nas sábias palavras de um velho revisor de imprensa (que me foram contadas há dias por uma então jovem subordinada), aconselhando-a a consultar sempre os dicionários, prontuários e gramáticas.
Não é que se importasse de responder-lhe sempre que procurasse ajuda para certificar-se da ortografia, aclarar um significado ou indagar do acerto no emprego de uma expressão. Mas, explicou, lendo - e lendo nos livros, no papel - , mais fácil e naturalmente reteria na memória.
Fiquei a matutar nisto, pelo que vale de reflexão sobre a imensidão de informações (e de emoções!) que somos capazes de guardar nesse prodigioso alforge que é o nosso cérebro, conservando das leituras dos jornais e dos livros os fragmentos, ou pelo menos as referências, do que passou a ser realmente importante para nós, do que nos há-de ser útil e do que nos deleita. 
Não sei se o "ambiente digital" algum dia nos proporcionará esse prazer.

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