Catalunha em tempos de incerteza

Parlament empossado em 17 de Janeiro. A foto é de Job Vermeulen, com a devida vénia

A inépcia dos grandes partidos espanhóis e a força real do franquismo lançaram a Catalunha numa incerteza e numa instabilidade que justificam amplo e profundo estudo. Da legitimidade das aspirações independentistas aos direitos humanos, dos fundamentos históricos da Constituição espanhola à análise dos interesses em confronto, da robustez das estratégias à ingenuidade das tácticas, da firmeza das convicções às hesitações e ambiguidades, há um manancial imenso a explorar.
No dia de hoje, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, veio reafirmar a sua posição de completo fechamento a uma solução pacífica e que aproveite a Espanha e à Catalunha. Ao recusar a possibilidade de apresentação do ex-presidente da Assembleia Nacional Catalã e “n.º 2” na lista Junts Per Catalunya (JsXCat) nas eleições de 21 de Dezembro, Jordi Sànchez, a candidato a presidente da Generalitat, alegando não ser aceitável a investidura de “alguém a contas com a justiça”, lança para a fogueira uma acha dispensável.
Também hoje, a Candidatura de Unidade Popular (CUP) veio dizer que não apoia a investidura de Sànchez, porque ela representa o regresso da Catalunha à normalidade legal e constitucional espanhola, quando pretende insistir na efectiva implantação da República independente catalã. Ao furtar os seus quatro votos ao acordo do bloco independentista exigido pela Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), anunciando a sua abstenção no Parlament, a CUP dramatiza ainda mais a incerteza dos próximos tempos.
   

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