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A mostrar mensagens de outubro, 2017

Portugal e a Catalunha

Estou a pensar, matutando ainda no comunicado oficial do Governo português de ontem sobre a "declaração unilateral de independência no Parlamento da Catalunha", nas declarações, sobre o mesmo assunto, do ministro dos Negócios Estrangeiros e do primeiro-ministro, bem como na breve nota oficial, também de ontem, do Presidente da República, por que razões Marcelo Rebelo de Sousa telefonou a Filipe de Bourbon, "em nome da fraternidade entre os dois países e do respeito pelo Estado de Direito". Quanto mais penso, mais receio que o gesto tenha, se não a ressonância de uma vassalagem inadmissível, o significado de deferência e de cumplicidade excessivas.

Uma questão de liberdade

A malta que se pronuncia contra a "ditadura" do Maduro e a falta de liberdades na Venezuela e o controlo dos meios de informação na Venezuela, que diz essa malta a esta coisa do franquista Rajoy capturar a autonomia catalã, controlar a polícia regional, as telecomunicações e a internet e a comandar com pulso firme os meios públicos de informação catalães? Sim, que diz essa malta?

Descontracção e incêndios

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Estou a pensar na despretensiosa imagem que registei, no domingo à tarde, em plena Serra da Freita, descendo para Arouca, como mero auxiliar de memória da tragédia que este Sol funesto (o termómetro mostrava 32 graus Celsius, se não me engano) atrás de uma gigantesca cortina de fumo prenunciava, ou que eu não sabia que estava acontecendo. Deu-se o caso de, estando em passeio descontraído, ter de cidido passar de Vouzela a Arouca, com destino ao Porto, por vias secundárias, a reabastecer a alma e a inteligência de país real.  Por três ou quatro vezes, porém, fui obrigado a desvios e a procurar rotas seguras, fosse por ordem da GNR, fosse por algum conhecimento do terreno, fosse pelo precioso auxílio de mapas e GPS, fosse pelo "instinto" de algum modo treinado em décadas de caminhadas em montes e vales, fosse pelos conhecimentos e experiência do muito que tenho lido, ouvido, observado e escrito ao longo de mais de 30 anos, designadamente sobre Natureza, floresta e fog

Manipulações por interposta pessoa

No dia 1 de Outubro, a Catalunha foi a votos, num referendo sobre a eventual declaração de independência que os media da direita espanhola (ou madrilena…), o serviço público de televisão e até o maior jornal «de referência» internacional em castelhano – El País – não se cansam de cunhar como «ilegal» e mesmo de tentar ridicularizar. El País , que antes de imprimir sob o cabeçalho a modernaça divisa «El periódico global» se ufanava de ostentar «O diário independente da manhã», emparceirou com El Mundo, La Razón e o ABC , por exemplo, às ordens do Governo espanhol na defesa das suas teses «constitucionalistas» e na perigosa aversão ao diálogo com a Generalitat. É público e notório – as imagens e os sons chocantes correram mundo – que a Polícia Nacional e a Guarda Civil espanholas tomaram a Catalunha e desencadearam uma repressão brutal, incluindo com cargas policiais violentas sobre os catalães que protegiam as secções de voto, as urnas e os boletins de voto, que insistiram em e

Já que insistes...

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Che

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Outro barbudo da Sierra Maestra, Ernesto "Che" Guevara, assassinado há 50 anos.

Espontaneidades

Estou a pensar no problema do significado das palavras e do seu alcance e efeitos em Jornalismo.  Vem a propósito do que escutei de uma repórter enviada a Barcelona, cobrindo a manifestação de apelo ao diálogo. É "espontânea", dizia ela.   Basta observar as imagens por breves instantes, atentar um pouco na uniformidade estilística e gráfica de materiais - palavras de ordem e respectivos suportes - ostentados em grandes quantidades. Percebe-se, logo de relance, que de nada de espontâneo tem a iniciativa. Estou a pensar também nas razões pelas quais jornalistas gostam tanto de apresentar como espontâneo - e não haveria qualquer mal se o fosse - o que revela aturada preparação. E receio poder vir a chegar à conclusão de que correm nas veias de certo jornalismo concepções de democracia um pouco, digamos, retorcidamente preconceituosas.

Franco revive na acção de Rajoy

Francisco Franco ressuscitou na cabeça e na acção de Mariano Rajoy e nos bastões da Guarda Civil espanhola. Na hora da verdade, o fascismo varrido para debaixo do tapete na "transição para a democracia" irrompe com toda a força. Depois não se queixem...