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A mostrar mensagens de maio, 2017

Barreto e os editocratas

A colecção de entrevistas concedidas por António Barreto é um caso de estudo muito sério. Os editocratas acham que ele deve ser entrevistado porque tem algo de realmente novo, interessante e estimulante para dizer, ou porque necessitam que ele diga o que eles gostam que diga e gostariam que os leitores, ouvintes e espectadores pensassem?

Anatomia de uma calúnia

N o dia 3 de Maio, as centrais sindicais reagiram com justa indignação a afirmações da presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, no encerramento das jornadas parlamentares da sua bancada, realizadas em Ílhavo, distrito de Aveiro, a propósito das notícias sobre a publicação do regime jurídico transitório para a inserção de trabalhadores precários na Administração Pública e no sector empresarial do Estado. A julgar pelas notícias, as jornadas pouco terão produzido digno de destaque e Assunção Cristas estava sem assunto que produzisse eco noticioso suficiente para assegurar a «presença» mediática do seu partido ao longo do dia (edições em linha, rádios e televisões) e nos jornais do dia seguinte. Da memória dessa alocução, o que fica são afirmações segundo as quais os sindicatos passam a ter um poder de seleccionar e defender a integração dos trabalhadores precários que bem entendam – os que são sindicalizados, diz ela – e que estaríamos mesmo perante a «apropriação ilegítima da máqu

Abílio Marques PInto

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Pensando nas apaixonadas advertências do Abílio Marques Pinto sobre o modo correcto de segurar na mão uma medalha, estou para aqui a matutar até que ponto muito do que somos devemos ao que foram as pessoas que fizeram parte da nossa vida.  O A. Marques Pinto foi o meu primeiro chefe – primeiro, coordenador, que corresponde ao moderno cargo de editor de secção; mais tarde, chefe de Redacção – quando entrei no Jornalismo, ainda no velho “O Primeiro de Janeiro”, há mais de 36 an os. Devo-lhe algumas coisas essenciais, como os reparos francos aos meus textos iniciais, o incentivo sincero aos meus progressos e a camaradagem luminosa das nossas jornadas de trabalho, com a partilha das suas memórias e experiências e as cavaqueiras sobre livros.  Nunca esquecerei uma das suas recomendações para valer toda a vida: “um repórter nunca abandona o local da reportagem sem ter na cabeça o ‘lead’ da notícia”. E tenho uma imensa saudade das gargalhadas que coroavam as “larachas” que contava

Recordando o Oscar Mascarenhas

"A liberdade de que nós, jornalistas, desfrutamos não é um privilégio para nossa fruição exclusiva, é um serviço aos outros.  (…) “Nestas coisas do jornalismo, tenho uma intransigência verdadeiramente ideológica: quero que me contem, do mundo, pelo menos duas versões - e deixem-me escolher em paz.” Oscar Mascarenhas (1949-2015) Que grande falta nos fazes, Oscar!

Mobília quase completa

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Rua do Bonjardim, Porto, Maio de 2017

Sabáticas

Estou aqui a pensar se deveria enternecer-me com o surpreendente anúncio da intenção da burguesinha do Caldas de propor medidas que permitam aos trabalhadores tirar licencas sabáticas para melhorarem a sua formação. Não descarto. Mas, para começar e dar provas de franqueza, o CDS-PP poderia começar por propor medidas realmente depressivas para os patrões que violam o estatuto do trabalhador-estudante e apresentar um projecto de revisão do Código do Trabalho que melhore esse estatuto, acabe com a adaptabilidade e o banco de horas e reduza a jornada de trabalho. Para já, era isto.