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A mostrar mensagens de dezembro, 2016

Da falta de pudor e de decência

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Subsídio para o estudo das práticas profissionais nos media: Um exemplo de mau gosto e manifesta falta de bom senso.

Más notícias de 2016

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1. As Forças Armadas Sírias e seus aliados libertaram, na semana passada, a cidade de Alepo, com a reconquista dos bairros da zona leste, que estava subjugada por dezenas de grupos terroristas, incluindo jiadistas, as diversas metamorfoses da al Qaeda e o que restava do "Exército Sírio de Libertação", a que a propaganda ocidental e os seus ecos na imprensa dominante chamam "oposição moderada". Trata-se de um acontecimento militar e político da maior relevância. Mas muitas notícias sobre esse desfecho mais pareceram elegias fúnebres, numa mal dissimulada ladainha complacente com os terroristas e num incontido despeito em relação ao governo sírio e aos significados que encerra. Não é por acaso que muitos internautas têm deixado a pergunta: um terrorista é mau na Europa, mas é amigo na Síria? A cobertura mediática da situação na Síria é umas principais marcas do comportamento dos media no ano que termina, recomendando uma honesta autocrítica dos próprios jor

O “caso das secretas” e a liberdade de informação

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Pode haver quem pense que os jornalistas, de tanto viverem com excessiva frequência em circuito fechado, se lançam sobre os assuntos que lhes dizem respeito com um fervor corporativo desproporcionado. Não foi isso o que aconteceu no tratamento noticioso e na reacção da classe em relação a um importante acórdão proferido no passado dia 18 de Novembro pela 1.ª Secção Criminal da Comarca de Lisboa. Pelo contrário, foi subestimado o que estava em causa. A decisão diz respeito a um conjunto de factos muito graves, envolvendo o antigo director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, e outros elementos desses serviços secretos na área externa e, ainda, uma funcionária de uma operadora de telecomunicações. De entre os factos julgados e provados, destaca-se aquilo a que o Tribunal designou "acesso indevido a dados pessoais" do jornalista Nuno Simas (à época ao serviço do Público ), mas que, na realidade, foi um atentado completamente i

Expectativas messiânicas

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Retomando leituras atrasadas, estou a pensar na expectativa messiânica que a Imprensa tantas vezes deposita nos homens de poder. É o caso de Paulo Macedo, um homem forte do aparelho da direita e da corrente privatizadora, alcandorado ao cargo de presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Estou também a pensar no psicodrama político, ainda em curso, das nomeações, desnomeações, demissões e novas nomeações dos gestores da CGD e respectivos salários e prémios, tudo isto ao sabor e aos critérios do mercado privado de competências. Interrogo-me sobretudo sobre o que falhou no sistema de serviços públicos – banca incluída – que não permitiu formar uma plêiade de quadros, altos quadros e quadros de topo, animados por uma cultura própria e por um indestrutível espírito de causa pública.

Eu e Fidel Castro

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Conheci Fidel Castro no dia 12 de Novembro de 1999, quando O Comandante foi à Aula Magna da Universidade de Havana presidir à cerimónia de encerramento do VIII Congresso da Federação Latino-Americana de Jornalistas (FELAP, no acrónimo em Espanhol) e de abertura do VI Encontro Ibero-Americano de Jornalistas. Muito mais importante do que a memória pessoal das breves palavras de cortesia e de circunstância que com ele troquei no átrio da Aula Magna, envolvido, à chegada, pela Direcção da União de Jornalistas de Cuba e pelos representantes das delegações das organizações participantes (Fidel estava muito curioso por conhecer “os dois portugueses” – eu próprio e o meu camarada Martins Morim), foi o magnífico discurso que proferiu depois perante o auditório. Sem papéis – nem sequer um pequeno papel com os tópicos essenciais do que pretendia transmitir-nos, Fidel discorreu sobre os extraordinários desafios que, naqueles tempos muito difíceis, se colocam a todos os intelectuais.

Um congresso diferente dos outros

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Estou a pensar, olhando para o convite para assistir ao XX Congresso do Partido Comunista Português, que, por várias razões, não posso (mais uma vez) estar presente em Almada, mas que me é muito grato confirmar, assistindo aos trabalhos em directo, através do sítio electrónico do PCP, a qualidade, a dedicação, a camaradagem e a generosidade imensas que povoam aquele pavilhão. E como o ponto alto de um longo, democrático, activo e participado processo preparação e discussão (em largas centenas de reuniões e milhares de militantes) das teses ali chegadas sob a forma de Proposta de Resolução Política, bem como a qualidade, a riqueza e a diversidade e, ainda, a justa repartição do tempo das intervenções e a atenção e respeito com que todas são ouvidas – independentemente de quem as profere – constitui uma prática única, verdadeiramente democrática. Estou também a pensar na qualidade de vida dos jornalistas. Nos congressos do PCP, não precisam de soar as estopinhas correndo atrás da