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A mostrar mensagens de outubro, 2016

Esmagadora votação contra o bloqueio a Cuba

Estou a pensar nos equívocos benévolos que a votação de hoje, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, poderá gerar quanto aos "sentimentos" dos Estados Unidos da América em relação ao bloqueio tirano e desumano contra Cuba. Abstendo-se numa votação de uma resolução que voltou a ser de esmagadora condenação (191 países a favor, duas abstenções - dos EUA e de Israel), Washington apenas reconhece o fracasso das suas medidas de isolamento, mas não desiste de tentar  impor uma reviravolta à Revolução Cubana. Entre tais equívocos está a ideia, pelos vistos talvez generalizada, de que, com as votações crescentemente de condenação do bloqueio e com os progressos, apesar de tudo, na normalização das relações entre Washington e Havana, Cuba está "a abrir-se ao Mundo". Ora, o que está a acontecer é exactamente o contrário: sobretudo ao longo dos últimos 25 anos, é o Mundo que está a abrir-se a Cuba. E os Estados Unidos também, a começar pelos grandes inte

Desde que haja cenário

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Por que será que me parece que os directos sobre o "fugitivo mais procurado do país" servem apenas para as TV's terem cenário? E que valor de notícia tem um cenário? .

Guterres e o consenso indiscutível

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A capa do último número da revista Visão (13 de Outubro), dominada pela imagem do antigo primeiro-ministro António Guterres e pelo desenho de um enorme coração, promete «73 razões para celebrar Portugal com orgulho». No interior, o tema arranca com o título expressivo «Orgulhosamente nós» e com a afirmação «A conquista de António Guterres insuflou o nosso orgulho nacional». Fixemos: «Insuflou o nosso orgulho». Presume-se que se trata do orgulho de todos, jornalistas incluídos, abrangidos num enorme arco de júbilo, na inequívoca sinalização de um consenso indiscutível em torno da eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), erigida desígnio nacional e motivo de celebração patriótica da qual os Media se tornaram promotores e oficiantes entusiasmados. Não restam dúvidas de que a escolha de Guterres – pela primeira vez na história da ONU num processo apresentado como transparente e no qual foi possível conhecer antecip

"Sérgio Valente, Um Fotógrafo na Revolução"

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Agenda. Uma bela notícia: a exposição do  Sérgio Valente , "Um Fotógrafo na Revolução" vai manter-se no Museu do Aljube, Resistência e Liberdade, em Lisboa, até ao dia 27 de Novembro. Com uma visita com o próprio autor, já no próximo dia 20 deste mês e uma interessante conversa-debate no dia 25 de Novembro.

Sobre o ângulo cor-de-rosa da eleição de Guterres

Por muito que se afadigue certa imprensa e por muitos cliques que lhe rendam "notícias" como esta , o ângulo cor-de-rosa da eleição de António Guterres, a existir, é o mais desinteressante de todos.  E insinuar, como faz "El Mundo", que a escolha se deve à fama da sua "parceira" é injusto para Guterres (independentemente de muitas críticas e reservas que poderemos apontar-lhe) e chega a ser ofensivo para a actriz. São frivolidades como esta que minam a credibilidade da Imprensa.

Compromissos

Em mais esta entrevista (muitas tribunas tem o patronato!...), o presidente da CIP vem invocar compromissos no âmbito da Concertação Social, pretendendo cinicamente para esta uma centralidade que ruiu completamente quando a maioria parlamentar que lhe dava jeito fez tábua rasa do acordo para o aumento do salário mínimo nacional.

Focada em resultados, diz ela

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Estou a pensar no título da apresentação do Orçamento da União Europeia pela vice-presidente da Comissão Europeia, Kristalina Georgieva, e na forma como a agora candidata búlgara a secretária-geral das Nações Unidas lançada pela Alemanha se apresentou, segunda-feira, na (única) audição perante a Assembleia Geral da ONU: "focada implacavelmente em resultados". Soa-me a conversa típica de candidato a gerente-de-qualquer-coisa inspirada num manual de liderança da treta. Esperemos que, hoje, os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas lhe passem já a nega que merece.

Credibilidade a «descer»

Com a divulgação, na semana passada, de uma lista de 30 monumentos que o Governo pretende concessionar para actividades turísticas privadas, tem vindo a crescer uma justa indignação quanto à intenção de transformar em pousada a Fortaleza de Peniche, ainda que com a promessa de ser preservada «a memória do local e a compatibilização de usos». A Fortaleza de Peniche é um espaço único, pelo que representa da memória trágica dos que nele sofreram, que não pode ser apagada nem diminuída, e pela herança de resistência e de luta, mas também de esperança que transmite às gerações que se lhes seguiram, reflectida no núcleo museológico dedicado à repressão e ao sistema prisional fascistas ali instalado. Mais de quatro décadas volvidas sobre a Revolução de 25 de Abril e a extinção da prisão política fascista, o imóvel – muralhas e guaritas, pátios e corredores, celas e parlatório –assume um valor simbólico, cultural e educativo que nenhum outro lugar do país possui. Nesse sentido, é plenam

Credibilidade a «descer»

Com a divulgação, na semana passada, de uma lista de 30 monumentos que o Governo pretende concessionar para actividades turísticas privadas, tem vindo a crescer uma justa indignação quanto à intenção de transformar em pousada a Fortaleza de Peniche, ainda que com a promessa de ser preservada «a memória do local e a compatibilização de usos». A Fortaleza de Peniche é um espaço único, pelo que representa da memória trágica dos que nele sofreram, que não pode ser apagada nem diminuída, e pela herança de resistência e de luta, mas também de esperança que transmite às gerações que se lhes seguiram, reflectida no núcleo museológico dedicado à repressão e ao sistema prisional fascistas ali instalado. Mais de quatro décadas volvidas sobre a Revolução de 25 de Abril e a extinção da prisão política fascista, o imóvel – muralhas e guaritas, pátios e corredores, celas e parlatório –assume um valor simbólico, cultural e educativo que nenhum outro lugar do país possui. Nesse sentido, é plenam