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A mostrar mensagens de julho, 2016

Da ruptura dos Media com o mundo do Trabalho

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Num editorial recente [1] , o jornal “i” interrogava-se, em título: “Afinal, os estivadores tinham razão?”. Afinal, não havia razões para o longo “braço de ferro” no Porto de Lisboa, que fazia perder 100 mil euros por dia, quando “um dos pontos centrais era um ordenado mínimo – e penso que muito justo – de 850 euros” e era “legítimo que os atuais trabalhadores se recusassem a aceitar a concorrência de novos empregados com remunerações bem mais baixas”. O caso remete-nos para o problema da ruptura dos Media com o mundo do Trabalho e a vida sindical, muito importante na batalha ideológica da qual os meios de comunicação social são um instrumento decisivo. Tal ruptura traduz-se na omissão sistemática de problemas, anseios, lutas, propostas e conquistas dos trabalhadores e das suas organizações, bem como na construção e alimentação de preconceitos, distorções e manipulações acerca da importância, do papel e da acção dos sindicatos. Tal ruptura manifesta-se desde logo na

A semântica armadilhada dos Media

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Na edição de 30 de Junho, o jornal "i" conseguiu fazer duas páginas sobre a "guerra" entre o PCP e o BE sem mencionar uma única vez a "geringonça" - facto raro... Na semana passada, na véspera e no dia do debate do “estado da nação” na Assembleia da República, a generalidade dos órgãos de comunicação social utilizou copiosamente o termo “geringonça”, fosse para referir-se à solução parlamentar de suporte ao Governo, fosse para esmiuçar o estado da própria maioria, mais do que o da nação. Não é novidade. Nos últimos meses, num crescendo desde Fevereiro, o termo tem vindo a generalizar-se nos Media, a tal ponto que quase não há dia em que não surja em pelo menos um título, uma ou mais vezes num texto e numas quantas legendas, pretendendo alcandorar-se a um estatuto de seriedade jornalística que não tem. Os jornalistas sabem – ou deveriam saber – que as palavras têm significados muito concretos e que a clareza, o critério e a transparê