Um congresso diferente dos outros
Estou a pensar, olhando para o convite para assistir ao XX
Congresso do Partido Comunista Português, que, por várias razões, não posso (mais
uma vez) estar presente em Almada, mas que me é muito grato confirmar,
assistindo aos trabalhos em directo, através do sítio electrónico do PCP, a
qualidade, a dedicação, a camaradagem e a generosidade imensas que povoam
aquele pavilhão.
E como o ponto alto de um longo, democrático, activo e
participado processo preparação e discussão (em largas centenas de reuniões e
milhares de militantes) das teses ali chegadas sob a forma de Proposta de
Resolução Política, bem como a qualidade, a riqueza e a diversidade e, ainda, a
justa repartição do tempo das intervenções e a atenção e respeito com que todas
são ouvidas – independentemente de quem as profere – constitui uma prática
única, verdadeiramente democrática.
Estou
também a pensar na qualidade de vida dos jornalistas. Nos congressos do PCP,
não precisam de soar as estopinhas correndo atrás da chegada desta ou daquela vedeta
(se sozinha, se acompanhada de séquito mais ou menos garboso), deste ou daquele
“barão” ou chefe de facção – ao início, a menos de meio, a meio, a meio e um
quarto do congresso –, nem de sofrer e transmitir aos espectadores o “stress”
sobre se fala fulano ou se sicrano vai revelar alguma cartada, nem de suportar
as longas horas até de madrugada.
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