À distância de um “linguado”


Arrumando velhos papéis, estou a pensar, olhando este “linguado”, no extraordinário, rápido e profundo salto tecnológico operado nos últimos 35 anos na Imprensa e na pergunta que, em várias ocasiões e universidades, estudantes me fizeram nas minhas andanças em conferências e colóquios (“Como é que a sua geração se adaptou às novas tecnologias?”) e na resposta que lhes dei: “Foi a minha geração que as inventou”.
Esta observação não tem nada de sobranceria geroncrática e muito menos de saudosismo pelo tempo em que os jornalistas escreviam os textos à máquina (e alguns ainda à mão…) em folhas normalizadas como esta – e antes desta, lisas, também chamadas –, que corporizavam passos decisivos que nos anos 1980 foram dados na inexorável transformação tecnológica do sector.
Estou apenas a pensar que ela talvez ajude a reflectir sobre os modos como todos podemos ser felizes no Jornalismo, independentemente das épocas, das ferramentas e das técnicas – das mais antiquadas às mais modernas e sofisticadas. Porque há instrumentos insubstituíveis cuja datação é irrelevante – a começar pelo cérebro e a acabar na consciência crítica.  
     

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