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A mostrar mensagens de maio, 2016

Uma questão de género artesanal

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E não se arranja uma cozinha do Manuel, ou do Carlos, ou do Fernando, ou do Joaquim?...

A vida por um abraço?

Entusiasmado, um repórter da RTP numa rua de Milão dá a palavra a um jovem que, pelos vistos, deseja muito abraçar o futebolista Cristiano Ronaldo. Muito entusiasmado, excessivamente entusiasmado, o repórter do Serviço Público de Televisão conclui, num apelo lancinante (cito de memória): "Um abraço, um simples abraço, poderia mudar a vida deste jovem!" São "reportagens" destas que às vezes levam a descrer no Serviço Público.

Posições editoriais: descidas forçadas

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Já por aqui manifestei, talvez uma vez ou duas, as minhas profundas reservas ao dispositivo de manifestação de posição editorial utilizado pela Imprensa, designados “sobe e desce”, “elevador”, entre outras. Um dos problemas desse dispositivo, através do qual os jornais (direcções, editores, redactores-editorialistas…) classificam a “situação” em que fica determinada personagem em consequência de determinados acontecimentos, ou mesmo o seu “desempenho”, é que tais classificações resultam muitas vezes de exercícios excessivamente subjectivos. Analisando as notícias que os próprios jornais publicam e nas quais se crê que se baseiem para decidir da “subida” ou “descida” das pessoas objecto do tratamento jornalístico, muitos leitores têm certamente leituras diferentes e avaliações diversas e mesmo opostas. Outro problema é o risco de a vontade do avaliador não só não se basear factualmente nas informações publicadas pelo próprio jornal, mas também de correr sério risco de entrar em

Da situação no Brasil e da ignorância

Vou procurar não ser muito bruto, mas é imperioso que diga isto: quem afirma, sem qualquer escrúpulo intelectual, que "a política brasileira muda a um ritmo vertiginoso" não sabe do que fala e limita-se a mandar umas bocas para justificar alegremente o espaço de antena que lhe cedem, ou que lhe pagam. Agora a sério: não se arranja nada melhorzito?

Cromos repetidos

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Alguém, com conhecimentos sólidos de Televisão e do que são critérios jornalísticos, saberá explicar por que razões as televisões continuam a dar tanta corda às "manifes" dos colégios e a SICNotícias dá tanto tempo de antena no jornal das 24 horas a estes cromos que já vi no Jornal da Tarde? E por que razões cita "uma fonte do PSD" a responder à ministra da Presidência que ontem exigiu a Passos Coelho que explicite as suas insinuações sobre o ministro da Educação?

Que grande falta nos fazes, Oscar!

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Passa hoje um ano. Sei que era de manhã, que andava no escritório à volta de uns escritos que ainda hoje tenho pendentes e que o telemóvel tocou. No ecrã, surgiu a imagem provocadora do Oscar – exactamente aquela que vos recordo na ilustração deste texto – a pré-anunciar-se. Preparei-me para entrar na conversa com galhofa, como acontecia tantas vezes. Na véspera, tivéramos, por telefone, a derradeira das inúmeras conversas e apaixonadas refl exões sobre práticas profissionais, deontologia e liberdades. Discutimos a tensão dialéctica entre deveres profissionais dos jornalistas, limites ao uso pessoal de redes sociais e risco de captura da liberdade de expressão dos jornalistas pelas empresas.   Como noutras ocasiões, não estivemos completamente de acordo. Mas haveríamos de voltar ao tema. Como voltávamos de outras vezes, mesmo que não ficássemos completamente de acordo, ou que divergíssemos em aspectos que a ambos pareciam essenciais, mas que nos enriqueciam. De modo que su

Dia da Liberdade de Imprensa e a CRP

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Antes que acabe o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, gostaria de recordar que a Constituição Portuguesa é a única nos 28 membros da União Europeia que consagra, como condição da liberdade, os direitos de participação dos jornalistas na orientação editorial dos meios de informação e de eleição de conselhos de redacção. Defendamo-los!

Afinal em que ficamos?

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Há anos, décadas mesmo, que a elite editorial alinha na ideia, e faz muito para alimentá-la, de que os sindicatos, e concretamente a CGTP, são controlados pelo partido suspeito do costume. Essa ideia lançou raízes tão fundas que essa elite não tem maneira de ocultar a sua ignorância sobre o mundo sindical, a sua actividade, programas de acção, lutas. E muito menos de disfarçar o seu incómodo perante a coerência da agenda sindical nomeadamente da CGTP, a presentando a sua perplexidade perante um facto irrefutável - o da justeza das reivindicações dos trabalhadores. O argumento central é este: uma vez que o PCP, o BE e o PEV dão suporte parlamentar ao governo PS, a CGTP devia estar queda e muda. Há factos singelos que põem em evidência as contradições. Por exemplo, o "Público" de ontem afirmava que a CGTP trocou a palavra de ordem "A luta continua, o Governo para a rua" por uma nova: "A luta continua, nas empresas e na rua". Ora, eu, que tere