"E se fosse eu"… a tomar decisões?

Já se vê que Joana Vasconcelos se pôs a jeito com o depoimento parvo por causa do qual está a ser zurzida nas redes sociais.
No entanto, seria interessante problematizar a campanha de comunicação “E se fosse eu”, na qual pessoas conhecidas do grande público – incluindo o Presidente da República – enunciam, em vídeos divulgados pela RTP durante o dia de ontem, os objectos que colocariam na sua mochila de refugiados de faz-de-conta.
A acção inseriu-se na iniciativa mais vasta “E se fosse eu? Fazer a mochila e partir” (www.esefosseeu.pt), incluindo nas escolas, que “lançou o desafio para que, por um dia, todos nos colocássemos no lugar de um refugiado e pensássemos naquilo que levaríamos connosco se tivéssemos de partir”.
Pretendendo contribuir para um melhor acolhimento dos refugiados, especialmente junto das crianças, a iniciativa centrou-se na problemática do refugiado, procurando gerar “empatia com quem foge da guerra”, entre outros objectivos.
Ora, para não correr o risco de assentar na lógica ideológica da inevitabilidade das guerras, nem de tratar o tema pela rama das consequências que nos ficaram próximas e visíveis (a chegada de refugiados), seria útil incentivar a procurar ir mais fundo, conhecer e discutir as causas.

E talvez não fosse completamente inútil lançar agora o desafio recentrar a discussão, também com as crianças e o público: “E se fosse eu? Participar e decidir”…  

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