Brasil, o argumentário dos golpistas
Estou a assistir à transmissão, em directo, ao penoso cortejo
de declarações de voto dos 513 eleitos da Câmara dos Deputados sobre a eventual
destituição da Presidente da República.
Os deputados da Direita golpista, que votam SIM, invocam Deus,
a família – às vezes inteira, até uma tal Manuela que vai nascer –, os amigos e
os queridos estados onde foram eleitos, muitos deles acumulados em volta do
microfone através do qual todos os eleitos se pronunciam, numa turba frequentes
vezes ululante até à arruaça.
Os da Esquerda resistente, que votam NÃO, invocam os
progressos extraordinários alcançados (na educação, na saúde, na distribuição
da riqueza), a Constituição, a democracia e a vontade popular expressa nas
eleições, ao mesmo tempo que denunciam o golpe orquestrado pelo presidente do
parlamento e pelo vice-presidente da República.
O argumentário e a atitude da Direita golpista são
esclarecedores do que espera o Brasil se o SIM ganhar e se não for travado no
Senado.
dores do que espera o Brasil se o SIM ganhar e se não for travado no
Senado.