Podem ir à vida
O presidente do PSD anunciou hoje que a sua bancada votará
contra a proposta de Orçamento do Estado (OE) na votação na generalidade, que não
apresentará qualquer proposta na discussão do OE na especialidade e que se
absterá em relação a qualquer proposta de outro partido apresentada na
discussão na especialidade.
Pedro Passos Coelho comporta-se como um jotinha excitado com
a sua própria invenção táctica, mas bem merece um bom par de açoites dos
eleitores, por tal ideia ser tosca e infantil e por ostensivamente mandar às malvas as
obrigações dos deputados.
O PSD pode, legitimamente, votar na generalidade contra um
OE do qual diz discordar profundamente. Mas os deputados eleitos nas suas
listas – e a sua bancada, colectivamente – não podem declinar o direito-dever
de intervir activamente na discussão na especialidade, seja para anuir em
relação a esta ou aquela proposta, seja para contrapor alternativas ou para
contribuir para melhorar as que estão sobre a mesa.
Suponho eu que os deputados e a complexa discussão na especialidade das leis da República servem para isso. Se os do PSD entendem que não servem para mais nada, têm bom remédio: que vão às vidinhas deles.
Suponho eu que os deputados e a complexa discussão na especialidade das leis da República servem para isso. Se os do PSD entendem que não servem para mais nada, têm bom remédio: que vão às vidinhas deles.