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A mostrar mensagens de janeiro, 2016

Auschwitz nunca mais!

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No dia em que assinalam 71 anos sobre a libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, pelas tropas soviéticas (27 de Janeiro de 1945), pondo a nu toda a imensa e trágica crueldade do Holocausto, seria bom reflectirmos que caminhos está a Europa - especialmente a Europa - traçando que mais parece levarem a Humanidade de volta a trás tantas décadas e tantos milhões de seres humanos que sofreram. Talvez ajude a pensar em tudo o que aconteceu, e nas ameaças que pairam sobre nós, uma visita virtual ao complexo que é talvez o mundo mais impressionante do mundo . Para que a memória não se apague.

Três notas na noite eleitoral

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1. Já não restam quaisquer dúvidas de que Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) ganhou as eleições e de que será o novo Presidente da República a partir de 9 de Março (e não “a partir de hoje”, como escutei esta noite de vários jornalistas). MRS tem certamente méritos pessoais e políticos (era o que faltava, para quem tem a carreira que tem e ocupou os lugares que ocupou!), mas é manifesto que ele é uma poderosa construção mediática ao longo de décadas de exposição. É igualmente manifesto que MRS capitalizou a simpatia – e mesmo o tratamento francamente favorável – que a comunicação social lhe dedica e que não regateou nesta campanha, nem mesmo hoje, com direito a um longo directo nos telejornais da hora de almoço. Só a campanha eleitoral, as encenações para os Media e a imensa futilidade das inúmeras cenas “de propaganda” repercutidas nos órgãos de informação dariam uma biblioteca enorme de estudos e de teses sobre a relação dos Media com uma das mais eficazes das figuras – simulta

Cumpriu-se enfim a profecia de Emídio Rangel

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Hoje!

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Rua da Alegria, Porto, Janeiro de 2016

Dia de reflexão

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Rua do Duque de Saldanha, Porto, Outubro de 2015

Notas da campanha (9)

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1. Edgar Silva teve no Porto um bela arruada. Jerónimo de Sousa estava genuinamente comovido com a dimensão e o entusiasmo da iniciativa quando a comentou, no final, na breve alocução na Rua de Santa Catarina. Edgar estava encantado e empolgou sem artifícios nem afectações, como era evidentemente de esperar. Onde há fraternidade na luta, é assim. 2. Comparado com a nota supra, expressões como "foi uma campanha de afectos" (cito Marcelo Rebelo de Sousa, o candidato PSD/CDS) soam a falso e tresandam a bafio. 3. Já que falei no mau, vale a pena recuperar a franca estranheza de Edgar Silva em relação às sondagens, quando se interroga como será possível que aquelas e aqueles que tanto sofreram com as políticas de direita vão agora apor a cruz no mesmo quadrado em que votam os responsáveis por essas políticas.

Um pedaço mais de rigor, s.f.f.

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(Imagem de Marcelo em campanha retirada da peça da TVI, com a devida vénia) Tive de “rebobinar” várias vezes a peça da TVI do “Jornal das 8” de ontem à noite, e hoje largamente replicada na manhã da TVI 24, sobre a sondagem da Intercampus para esta estação, para a TSF e para o “Público”, para confirmar o que julgara ouvir. Logo ao 15.º segundo da peça , escuta-se o seguinte: “Se as eleições fossem agora, o candidato independente mas filiado no PSD seria o vencedor”. A jornalista refere-se nada menos do que ao candidato que, como toda a gente mas nem toda o queira dizer, é apoiado pelo PSD e pelo CDS. O mínimo de rigor que se exige é que pelo menos – e já não é pedir muito – é que o designem como candidato “recomendado pelo PSD e pelo CDS”, assim como não quadra mal chamar-lhe ex-presidente do PSD. Mas “independente”?! Não fica por aqui, a coisa. De seguida, escuta-se que se segue outro independente, Sampaio da Nóvoa, e “de seguida, Maria de Belém, também independente mas de

Notas da campanha (8)

1. Maria de Belém Roseira voltou hoje à campanha. Era inevitável confrontarem-na com o problema das subvenções vitalícias. Mas é bom ter muito presente que não é apenas este tema que  caracteriza a candidata em muitos aspectos identificada com a Direita. 2. Calma, são apenas sondagens - o povo é que vota, lembram-se? - e há muito voto por esclarecer e conquistar, num quadro muito complexo. 3. Há três objectivos fundamentais na candidatura de Edgar Silva que devem ser tidos em conta: - contribuir para derrotar Marcelo Rebelo de Sousa e tudo o que o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS representa; - constituir um espaço de intervenção para o esclarecimento e a mobilização dos trabalhadores e os portugueses para prosseguir a ruptura com as políticas de direita; e - contribuir, pela natureza e pela gravidade dos problemas que traz a debate (e alguns temas tabu para os outros candidatos) e pela firmeza e clareza das suas posições, para elevar o nível de exigência em relação às

Flagrantes da vida real

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Rebuscador urbano, Rua de Sá da Bandeira, Porto, Janeiro de 2016

Notas da campanha (7)

1. É pena que o luto por Almeida Santos tenha impedido Maria de Belém Roseira de participar esta noite no esperado debate a dez na RTP1. Aproveitaria muito aos eleitores ouvi-la explicar por que está entre os 30 deputados do PSD e do CDS que requereram a declaração de inconstitucionalidade do fim das subvenções vitalícias. 2. De um modo geral, o debate comprova que é possível colocar no plateau todos os candidatos e que é possível colocar perguntas a todos e ouvir todos. 3. Comparando este debate com o primeiro com a participação de todos, na RDP/Antena 1, inclino a minha preferência para esse: todos os candidatos puderam responder no debate na rádio às mesmas peguntas. 4. No debate de hoje, não percebi algumas perguntas; outras poderiam, ou deveriam, ter sido feitas de forma diferente, de modo a não embaraçar escusadamente o perguntado, e outras eram simplesmente escusadas.

Notas da campanha (6)

1. Escutei pelo menos dois comentadores de política dizendo noutras tantas televisões que o candidato Edgar Silva está na corrida presidencial numa disputa de eleitorado do PCP com o BE, a ver quem tem mais força e quem terá doravante mais peso junto do PS. Só posso concluir que de política sabem pouco. 2. Maria de Belém Roseira brada, entre garfadas e discursos, que a única candidata socialista é ela e que o PS deveria apoiá-la a ela e só a ela. Anda ma l o clima pelas bandas socialistas, com a candidata Calimero pelos cantos. PS - Em todo o caso, foi boa malha a ida a Gimonde. Boa posta, bons enchidos... 3. Marcelo bem promete estar mais próximo do país real. Só não sabemos em que país o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS supõe viver. 4. As palavras de Edgar à porta das OGMA sobre a subserviência à Troica, que dentro de dias cá bem meter o bedelho outra vez, e o dedo que põe na ferida da clamorosa desigualdade da distribuição da riqueza mostram por que é importante que

Do desmérito do exame da 4.ª classe

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Estou a pensar na discussão, muitas vezes mal informada, que por estes dias continua a fazer-se sobre o fim dos exames, designadamente no final do quarto ano de escolaridade. Penso sobretudo no rol de argumentos que vão da mais cega meritomania à pueril nostalgia. Alguns falam do seu exame da quarta classe como um dos feitos mais importantes e marcantes das suas vidas. Trata-se, de facto, um marco de fronteira na vida da maior parte das crianças da época - e do longo período - em que tal exame separava os alunos pobres, que cessavam por ali o seu "percurso escolar" e iam servir de moços da argamassa na construção civil ou de aprendizes nas fábricas, dos alunos pelo menos com pais com condições para os encaminhar para as escolas industriais e comerciais ou para os liceus. Não tenho a certeza de que a maioria que se quedou pela quarta classe teve direito sequer à nostalgia de uma caneta de tinta permanente nova para, na prova escrita do exame, verter em disciplinada

Diz que é uma espécie de critério editorial

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O semanário "Expresso" dedica, este sábado, várias peças ao conjunto dos candidatos presidenciais, com espaços diferentes, é certo, mas caracterizando o desempenho de cada um deles, incluindo com apontamentos de reportagem, mais ou menos interessantes ou mais ou menos desenvolvidos e até com considerações mais ou menos opinativas. Por exemplo: "Marcelo joga na autenticidade", assume a repórter que acompanha o candidato apoiado pelo PSD e pel o CDS. Mas, chegados ao candidato Edgar Silva, o tratamento apresenta diferenças significativas. Além de verter muito menos em aspectos de reportagem, o texto se centra-se predominantemente no percurso do candidato, na avaliação do seu desempenho posta na boca de dirigentes não identificados e, sobretudo, no seu futuro dentro do partido e da questão que o jornal gosta de alimentar, que é a eventual substituição de Jerónimo de Sousa. É claro que os jornalistas têm toda a liberdade para fazerem a cobertura dos candidato

Notas da campanha (5)

1. A sondagem divulgada ontem pela SIC e publicada hoje, muito parcialmente, pelo "Expresso" coloca o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS, Marcelo Rebelo de Sousa, a ganhar as eleições eleições presidenciais. Já há muito que a Imprensa anuncia a eleição de Marcelo como uma espécie de passeio. Mas as eleições não se decidem senão pelo voto do povo. 2. Contrariamente ao que alguns - comentadores incluídos - afirmam, a candidatura de Edgar Silva não se destina a cumprir a "tradição" de o PCP apresentar um candidato em todas as eleições. Ela transporta um projecto, reafirma compromissos e constitui um espaço de compromisso com o povos e os trabalhadores, mas também desempenha um importante papel no combate ao candidato da Direita e contribui para elevar o nível de exigência em relação aos candidatos que se apresentam como de Esquerda. 3. A campanha eleitoral de Edgar Silva prossegue com grande empenhamento e muita alegria, com inúmeras iniciativas em todo o p

Do rótulo devido a Marcelo

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Ora muito bem!, no "Jornal de Notícias" de hoje.  Já agora, o DN usa o eufemismo "recomendado".

Notas da campanha (4)

. O "candidato apoiado pelo PCP",  Edgar Silva , continua em força e com confiança no terreno, junto daqueles que nele confiam - os trabalhadores e o povo. (Declaração de interesses: eu apoio Edgar Silva , e só não estive esta tarde com ele em contacto com os trabalhadores de duas fábricas na Maia (foto do  Jaime Toga , com a devida vénia) por completa impossibilidade profissional. 2. Esteve bem o presidente do PSD-Madeira ao afirmar hoje que essa organização  "não tem nada que disfarçar o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa". 3. Pelo quarto dia consecutivo da campanha oficial, o sistema mediático contrariou o candidato Henrique, que usa sistematicamente o plural, referindo-se aos "candidatos do sistema": na verdade, só há um - Marcelo e mais nenhum.

Atenção: o tal rótulo de Marcelo também falta nos jornais

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Um amigo que prezo puxou-me as orelhas porque tenho mencionado apenas as televisões relativamente à completa ausência do rótulo "candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS" (e quantos segundos demoraria a dizer?) nas notícias relativas à campanha do "candidato Marcelo Rebelo de Sousa". Tem toda a razão, o meu amigo, mas eu é que fora tentado a valorizar o grande meio, o que mais influencia os cidadãos, aquele a que Almeida Santos, há muitos anos, chamou "máquina de triturar miolos ".  Ora, de facto, dá-se o caso de ainda hoje, como pude verificar, a generalidade dos jornais omite essa condição, embora o "Correio da Manhã" lhe chame "ex-presidente do PSD". De resto, ao contrário de Edgar Silva e Marisa Matias - obviamente apresentados como os candidatos apoiados pelo PCP e pelo BE -, nicles, nem uma palavra. Também devo acrescentar que a própria Agência Lusa, que fornece e na realidade modela boa parte do noticiário da generalidad

Rotulagem dos candidatos: e as televisões a dar-lhe...

Ao telejornal da hora de jantar em sinal aberto, as televisões repetiram o modelo de rotulagem, com pequenas variações, mas sem qualquer marca comprometedora para Marcelo Rebelo de Sousa.  Aqui vai: a) A RTP1 apresentou Marcelo rebelo de Sousa, Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias pelos nomes e pelo qualificativo "candidato/a", Maria de Belém Roseira como a "ex-presidente do Partido Socialista" e Edgar Silva como "o candidato apoiado pelo PCP"; b) A SIC apresentou Marcelo Rebelo de Sousa pelo nome e com o habitual qualificativo de candidato, desta vez - surpresa! - fez o mesmo em relação a Edgar Silva e a Sampaio da Nóvoa, mas apresentou Maria Matias como a "a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda" e referiu-se a Maria de Belém Roseira como candidata "sem o apoio oficial do Partido Socialista mas apoiadas por figuras do PS"; c) A TVI referiu o apoio de um "histórico do PS" a Maria de Belém Roseira e anunciou a presen

Notas da campanha (3)

1. A comunicação social continua a discriminar positivamente o candidato Marcelo Rebelo de Sousa, ocultando – deliberadamente, ou por condenável “distração” – quer a sua condição de militante e ex-dirigente do PSD, quer, sobretudo, o apoio do PSD e do CDS-PP. 2. Não deve ser boa recomendação, a de Ramalho Eanes, apontar a Sampaio da Nóvoa “algumas semelhanças” com Cavaco Silva. 3. Os candidatos e respectivas equipas deveriam reflectir muito bem sobre a realização de acções de campanha em lares de idosos e em hospitais cujos utentes – a maior parte sem grandes condições, ou mesmo nenhumas para escapar das abordagens deles e das câmaras – acabam por servir de figurantes forçados e ver devassada a sua privacidade.

Presidenciais: rotulagem obrigatória

Não é necessário ir mais longe. Fiquemo-nos pelos telejornais em sinal aberto da hora de almoço de hoje, para anotar a forma como cada operador televisão apresenta cada um dos candidatos às eleições para Presidente da República. Em síntese, a) Em nenhum dos três Marcelo Rebelo de Sousa foi apresentado como o candidato apoiado (ou “recomendado”) pelo PSD e pelo CDS-PP, apesar de tal “recomendação” existir, nem invocada a sua qualidade de militante e ex-dirigente e ex-deputado do PSD, pois todos eles se lhe referiram simplesmente como “o candidato” ou pelo nome; b) Em todos eles Edgar Silva e Marisa Matias foram apresentados como os candidatos apoiados, respectivamente, pelo PCP (a SIC acrescenta pelo PEV e a TVI refere também, mas incorrectamente, pela CDU) e pelo BE; c) A RTP e a SIC mencionam apoios de várias figuras do PS a Maria de Belém, mas omitem que esta é militante e foi dirigente e deputada do PS e que conta com o apoio de uma parte do PS, enquanto a TVI refere vaga

Das comunicações públicas inacessíveis para o comum dos mortais

Por definição, um "comunicado", uma "nota informativa" ou uma "nota de imprensa" destinam-se a divulgação geral, com o intuito de fazer chegar os respectivos conteúdos - a mensagem! - ao maior número possível de pessoas. Como isso parece muito claro para qualquer pessoa medianamente letrada e sem carecer de conhecimentos específicos em Comunicação e Jornalismo, e como hoje em dia tais "notas" estão habitualmente disponíveis nos sítios em linha e outros espaços em rede das entidades que os difundem, escrever coisas como "segundo a nota informativa (ou o comunicado) a que o (jornal, ou o canal de rádio ou televisão, ou a agência noticiosa) "X" teve acesso" revela: a) lacunas dificilmente desculpáveis; ou b) uma petulância infantil que alguém maduro deveria fazer o favor de corrigir atempadamente.   

Notas da campanha (2)

1. O candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP continua a refugiar-se no papel de bitaitador político. 2. Pela enésima sexta vez, Edgar Silva voltou a ser perguntado sobre o já mítico orçamento da sua campanha. 3. O crescendo de picardias entre as duas candidaturas que disputam o eleitorado do PS vai dar mau resultado a alguém, PS incluído.

Superfícies comunicantes

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Rua de Borges Carneiro, Coimbra, Dezembro de 2015

Notas da campanha (1)

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1. Dez cidadãos começaram hoje a campanha para a eleição do Presidente da República. O único requisito exigível, além da idade mínima de candidatura ao cargo, foi a entrega pelo menos 7500 assinaturas no Tribunal Constitucional. Por conseguinte, devem ser tratados de igual forma, nomeadamente pelos meios de informação. Está visto que não são. 2. Apesar da extraordinária facilidade com que hoje se captam e difundem, de forma instantânea, fotografias e víde os (veja-se a bela foto do  Jorge Machado  que, com a devida vénia, aqui partilho), e apesar da apregoada revolução da informação através dos meios electrónicos, a esta hora não há uma única fotografia do comício de Edgar Silva no Porto disponível nas versões em linha dos jornais. 3. Não obstante a confirmada gravidade do mau tempo nomeadamente na região do Porto, o comício da candidatura de Edgar Silva quase encheu o recinto do Palácio de Cristal e foi, de facto e sem aspas, um grande comício – pelo conteúdo e pelo alcanc

Marcelo, o ungido pelos Media

Sampaio da Nóvoa esteve cheio de razão, esta noite, no debate, na SIC, com Marcelo Rebelo de Sousa, quando lhe disse, olhos nos olhos, que a democracia – e a criação de condições para a participação democrática – custa dinheiro e que a ditadura era mais barata. Marcelo Rebelo de Sousa mereceu ouvir isto, por causa do completo e insustentável despudor com que tem criticado os “custos exorbitantes” (“milhões”, diz ele) das campanhas eleitorais; assim como tem merecido ouvir de Edgar Silva que ele, além de beneficiar da extensa e permanente exposição mediática de tantos anos, foi (supõe-se que generosamente) pago por ela. Ainda hoje, aliás, foi divulgado um estudo do ISCTE segundo o qual o estatuto de celebridade televisiva está a beneficiar o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP. Mais: parece muito claro que Marcelo segue em direcção ao Palácio de Belém ao colo da comunicação social, que em inúmeras peças e comentários o dá, há muito, como vencedor, dispensando as sondagens e

Edgar Silva e o apoio do PCP: o certificado de garantia

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Não há nada como falar claro - e Edgar Silva fá-lo sem tibiezas. Esta noite, perguntado, no debate com Marcelo Rebelo de Sousa, que fez tudo para simular a desvinculação ao apoio do PSD e do CDS/PP, sobre se o apoio do PCP lhe será prejudicial se for eleito Presidente da República, respondeu: "Pelo contrário, o apoio que  o PCP me dá é o certificado de garantia de que, quando se tratar de defender Portugal, as portuguesas e os portugueses (...), de defender o povo e os portugueses, eu não falharei".

Presidenciais: debates a dez, já!

O debate a dez candidatos, esta manhã, na RDP/Antena  1, comprova que não só é desejável mas também possível realizar debates com todos os candidatos a Presidente da República. Esteve bem o director de Informação da RDP, João Paulo Baltazar, ao tomar a decisão; Esteve bem a moderadora, Maria Flor Pedroso, ao gerir com inteligência e serenidade as perguntas e os tempos e ritmos das respostas, bem como ao explorar com profissionalismo as divergências entre candidatos; e Estiveram bem todos os candidatos, ao respeitar as regras bem simples - e talvez por isso de mais difícil execução - do modelo de debate. Durasse o debate mais uma hora, e demonstraria também como é possível colocar todos no mesmo estúdio, sem algazarra entre eles nem excitação de moderador preocupado em explorar desproporcionadamente as picardias e discordâncias entre debatedores. Parabéns a todos, e renovados votos de que os operadores privados de rádio e televisão sigam os exemplos da RDP e da RTP. Sempre

Orçamento de campanha: é só fazer as contas

Era fatal como o destino: a primeira pergunta de José Rodrigues dos Santos a Edgar Silva, no debate desta noite, na RTP1, com Paulo Morais, consistiu em saber (cito de memória) "por que é que o candidato defensor os pobres tem o orçamento de campanha mais alto" de todos. Edgar Silva deu a resposta que se impunha, anotando, desde logo, que ainda estaremos para ver se será realmente a campanha mais cara e garantindo que tudo será feito para que o custo seja bem menor, mas também chamando a atenção, mais uma vez, para a evidente desproporção da visibilidade e da passagem da mensagem de outros candidatos  proporcionada pelos meios de informação, não só na pré-campanha eleitoral, mas também ao longo de anos e anos - e não é só o comentador Marcelo... Portanto, como diria o outro, é só fazer as contas. PS: Gostaria de sublinhar que a RTP-Serviço Público de Televisão é o único operador de televisão a transmitir os debates entre candidatos em sinal aberto. A Democrac

Presidenciais: dois debates a reter

Acabei por conseguir ver apenas dois dos debates de ontem à noite - o de Edgar Silva e Henrique Neto; e o de Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Sequeira, Vitorino Silva e Cândido Ferreira, embora este tenha abandonado o estúdio após a leitura de uma nota de justo repúdio pelo modelo de debates desenhado pelos operadores de televisão. Do primeiro, saliento o desempenho de Edgar Silva (declaração de interesses: sou um modesto seu apoiante e mandatário concelhio na Maia), que explanou com segurança as razões e o sentido da sua candidatura e respondeu com elevação a um desafio de Henrique Neto, no sentido de esclarecer se a defesa que faz do aprofundamento da democracia participativa converge com a proposta de Neto, para que a escolha dos deputados seja feita nominalmente pelos cidadãos e não pelos "directórios partidários". Observando que essa matéria não é da competência do Presidente da República, Edgar Silva não deixou de fazer notar que cada partido terá a sua experiência

Presidenciais: aditamento

Pelos vistos, o modelo um contra três aplica-se a todos os "grandes" candidatos e foi acordado pelas televisões.

Presidenciais 2016: candidatos na arena

Começou hoje a "maratona" de debates televisivos com os candidatos a Presidente da República. O modelo mais seguido é o "frente-a-frente" a dois, mas excluindo três candidatos que o sistema mediático definiu como menores - ou menos "interessantes".  Para tornar "interessante" o espectáculo, a TVI decidiu montar, quase à última hora, um "show" para Marcelo Rebelo de Sousa: nada menos do que este sozinho na arena com os tais excluídos. Insatisfeito, Marcelo largou esta tarde a cartada mediática da "proposta" à TVI para que organizasse ainda esta noite - já após a sua arenada com os "pequenos" e pela madrugada dentro - uma série de debates sucessivos com os outros quatro. A tirada teve efeito: foi notícia a valentia. Não sabemos como teria reagido a direcção da TVI à proposta. Mas esperemos que tenha sido um redondo não. Porque é do mais elementar bom senso não incomodar os outros candidatos com tamanha ind