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A mostrar mensagens de outubro, 2015

"Avante!" sobe audiências

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Ao cabo destas semanas de notícias, análises, comentários e opiniões sobre a dramática ruptura com os usos, costumes e tradições na política e do sacrossanto arco da governação, descubro que a campanha da CDU tinha, afinal, um quarto e oculto objectivo: aumentar o número de leitores do "Avante!" entre jornalistas, editorialistas, comentadores e dirigentes de outros partidos. .

Linhas e máscaras

S. Ex.ª fez saber, em Roma, que não está arrependido, "nem de uma única linha", do que disse na comunicação de indigitação de Passos Coelho para primeiro-ministro . Não satisfeito, ameaçou-nos com a inte . rvenção que fará na posse do novo governo, sexta-feira próxima.  Pelo tom e pelo esgar grotescamente enfático das declarações aos jornalistas, adivinha-se que Cavaco Silva recheie a oratória com avisos mais sectários e tiques de maior soberba, nesse afã - hoje reiterado - de renovar a investidura à tragédia que é, como foi, o Portugal para Trás. Esperemos para ver a máscara que coloca quando tiver de comunicar-nos o que decide com o chumbo do programa de governo já mais que certo.

Coligações atípicas

Alguém fará a caridade de informar-me se a coligação Intercampus/TVI também será ouvida pelo Presidente da República?  Agradecido. .

Actualidade política e poder dos Media

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Volvidas duas semanas sobre as eleições para a Assembleia da República, continua incansável a azáfama mediática em torno da questão do suporte parlamentar e da composição do novo governo. Neste período, consolidou-se o indisfarçável o incómodo com a possibilidade de um acordo de incidência parlamentar à Esquerda, ou simplesmente a criação de condições políticas para que António Costa possa formar governo, e intensificou-se uma despudorada campanha especialmente contra o inimigo do costume. “Artigos”, entrevistas, opiniões, editoriais e peças aparentadas têm ido às mais recônditas profundezas da memória e dos arquivos, a procurar recuperar episódios, afirmações e incidentes que justifiquem o anátema lançado especialmente sobre o Partido Comunista Português. Bem vistas as coisas, o manancial verdadeiramente torrencial de peças jornalísticas – nos jornais como nas televisões e nas rádios – destas duas semanas seria mais do que suficiente para alimentar programas doutorais em Ci

Psicanálise de parede

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Praça dos Poveiros, Porto, Outubro de 2015

Sobre o conceito de partido de protesto e a realidade

A direita e respectivos megafones opinotruantes na comunicação social, atordoados e em pânico com a possibilidade de os partidos à esquerda do PS virem a assumir responsabilidades governativas (ainda que nem o PCP nem o BE as coloquem como condição para viabilizar um governo de António Costa), não cessam de municiar-se no vasto arsenal de vitupérios, preconceitos, ignorância e boa soma de conceitos e de concepções antidemocráticos. Entre os últimos, avulta, pela recorrência de uso e pela pesporrência de estilo, a concepção segundo a qual nomeadamente o Partido Comunista Português (PCP) é um “partido de protesto” excluído do “arco da governabilidade”. Tais conceitos têm feito carreira há muitos anos, não só entre a tríade responsável pelos 39 anos de políticas que sabemos e que nos trouxeram ao exacto ponto necessária viragem em que nos encontramos, mas também entre muita da opinião publicada. Se o segundo conceito radica numa concepção profundamente antidemocrática, que visa d

Ainda sobre Richard Gere sem-abrigo: o método e a causa

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Foto retirada, com a devida vénia, da versão em linha do "New York Post" Retomo, com uma correcção e algumas reflexões, o assunto da postagem imediatamente anterior a esta. Ao ler a notícia da edição em linha do JN, aliás nela partilhada, depreendi que, com o objectivo de preparar-se o papel de sem-abrigo, o actor Richard Gere fizera um período de observação no terreno limitando-se a simular ser um deles durante uns dias, em vez de um trabalho de observação mais rigoroso e de estudo do problema. Espicaçado pelo António Campos Leal, fui procurar informar-me melhor, isto é, indo além da notícia partilhada, tendo encontrado um conjunto de notícias – umas mais recentes do que outras – que permitem esclarecer um dado essencial: em princípio, Richard Gere vestiu a pele de sem-abrigo apenas no decurso das filmagens e não propriamente para preparar-se para elas. Segundo se depreende de várias notícias, as filmagens ocorreram em contexto real e teriam surpreendido o actor,

Não há pachorra

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Foto do perfil do actor no Fecbook Se Richard Gere se tivesse dado ao trabalho de "limitar-se" a fazer um sério trabalho de campo observando os sem-abrigo reais, munido de um bom caderno-de-notas e de razoável espírito crítico, em vez de simular ser um deles para o people do "Facebook" ver , talvez fosse capaz de enriquecer realmente a interpretação da personagem. E se, em vez de apregoar a filantropia às mãos-cheias de dólares para alimentar a plateia, investisse um pouco no estudo das causas e se empenhasse em algo que ajude a combatê-las, bem nos dispensaria da exibição interesseira desta caridade gabarola e hipócrita. .

Pânico

Ainda que mal pergunte:  1. Como é possível, com a mediatização com a magnitude (irreversível?) a que a vida política chegou, que um comentador muito ouvido nas televisões e nas rádios venha dizer que o PS "deveria ser mais discreto" nos seus contactos com o PCP e o BE? 2. Ou é impressão minha, ou uma grande parte da elite editorial está em pânico com a hipótese de um acordo de Esquerda? .

O testemunho de João Soares

Quando a Direita esbraceja contra a hipótese de um acordo à Esquerda - absolutamente necessário - para garantir um quadro institucional favorável a um novo rumo para o país, incluindo a viabilização de um governo do PS, é útil ler esta contribuição de ontem de João Soares .  Sem transigir em matéria ideológica e de autonomia de cada uma das forças, João Soares deixa um testemunho muito importante da sua experiência autárquica com o PCP na Câmara de Lisboa e da sua carreira parlamentar. .

O que diz e como o diz o pivô

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Por lamentável dose de inépcia que ainda mantenho no manejo do “Facebook”, apaguei, há poucas horas, no meu perfil pessoal, um comentário que fizera, ao início da tarde, à notícia que tem dado brado nas redes sociais, relativa à forma como José Rodrigues dos Santos lançou uma peça no “Telejornal” de quarta-feira sobre o eleito deputado mais velho , comentário esse que eu pretendia editar, actualizando-o. Nele, escrevi (recupero de memória) que não resistia a comentar o incidente deste modo: um jornalista que se gaba de ser tão independente (politicamente) que nem sequer vota descaíra para uma graçola homofóbica e de péssimo gosto que é, em sim mesma, um acto profundamente político. Tendo lido as justificações dadas pelo próprio ao JN, as explicações da Direcção de Informação da RTP e algumas achegas para o aceso debate nas redes sociais sobre o tema, e tendo também revisto com cuidado, várias vezes, o momento – infeliz? – objecto das críticas, aguardei o anunciado texto de esc

Notas sobre os resultados eleitorais (3)

1. Alguém deveria fazer uma reflexão séria sobre a relação entre os resultados eleitorais – abstenção incluída – e a forma como a “pré-campanha” e a campanha foram cobertas pelos órgãos de comunicação social. 2. Concretamente, seria muito interessante discutir até que ponto o tratamento manifestamente desigual, em violação da Constituição, das diversas candidaturas influenciou os resultados. 3. E, ainda, até que ponto o sistema de Media mantém uma agenda oculta, senão contra certas forças, pelo menos de preconceito e desvalorização das mesmas. .  

Notas sobre os resultados eleitorais (2)

1. Apesar do quadro adverso em que realizou a sua campanha, a CDU reafirmou-se como uma força indispensável à derrota da direita e à defesa de uma política verdadeiramente alternativa, patriótica e de Esquerda. 2. Os resultados expressam uma nova correlação de forças no Parlamento, com o reforço da CDU e a expressiva subida do BE, aritmeticamente suficiente para alterar o rumo das políticas, se o PS quiser. 3. O PCP, o PEV e o BE já se declararam disponíveis para um acordo com o PS que, realizando políticas de Esquerda, possa tornar consequente a decisão popular maioritária. 4. Mas o PS está capturado pelos compromissos com a direita, designadamente quanto “às regras da zona euro” e do tratado orçamental, como não tardou em recordar-lhe Pedro Passos Coelho. Está vista a utilidade do voto no PS. 5. A próxima legislatura se encarregará de mostrar de que lado estará o PS quando, nomeadamente o PCP e o PEV apresentarem projectos de lei em defesa dos trabalhadores e do povo, designa

Notas sobre os resultados eleitorais (1)

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Os eleitos: Jorge Machado, Diana Ferreira e Ana Virgínia Pereira 1. A Coligação Democrática Unitária (CDU) alcançou os objectivos fundamentais: contribuir para a derrota da direita e consolidar e reforçar a sua força parlamentar. 2.No distrito do Porto, os resultados são claramente positivos: o PCP passou de dois para três deputados eleitos e os resultados subiram não só no círculo eleitoral (6,1%), mas também na quase totalidade dos municípios. 3. A excepção, praticamente negligenciável, tendo em conta a erosão demográfica que atinge a cidade, ocorreu no Porto (-0,3%). 4. Os três municípios com maiores subidas da CDU foram os de Amarante (+21,6%), Marco de Canaveses (+17,1%) e Paços de Ferreira (16,1%).  .

Notas de campanha (12)

1. Distribuição de propaganda e contacto com a população e os feirantes em Paredes. Um homem faz questão de dirigir-se-nos a pedir um documento. “Conheço muita gente que diz que gosta das ideias do Partido Comunista e da CDU, mas depois tem medo de votar, ou que não chega ao governo…” Já imaginou o que aconteceria se essa gente deixasse de ter medo? 2. Visita demorada e muito produtiva aos viveiros florestais do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas em Amarante. Confirma-se a justeza das propostas da CDU para a defesa e a promoção da floresta indígena e a utilização sustentada dos recursos naturais e o papel essencial dos serviços e estruturas do Estado na produção e disseminação de plantas de espécies autóctones. .